A Petrobras anunciou que vai fazer um novo reajuste nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. A justificativa é a guerra entre Rússia e Ucrânia
Entenda a polêmica
Brasil vive caos em meio a novo aumento dos combustíveis
Após 57 dias sem reajustes, a Petrobras anunciou que aumentará 18,8% os preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras. Consequentemente, os postos de combustíveis também farão esse reajuste, que afetará diretamente o bolso dos motoristas.
A justificativa é a invasão da Rússia à Ucrânia e as sanções que estão sendo feitas em repudio às manobras de Vladimir Putin, que estão perturbando a economia global.
“Apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo, nas últimas semanas, como decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato”, informou a empresa.
O repúdio dos petroleiros
A Federação Única dos Petroleiros culpou o governo de Jair Bolsonaro pela nova alta de preços. “Os aumentos colossais são mais uma demonstração da falta de respeito do governo Bolsonaro e da gestão da Petrobras com o Parlamento e com o povo brasileiro. É inadmissível”, declarou Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.
O presidente, contudo, se esquivou dos ataques culpando administrações passadas: “O Brasil é autossuficiente em petróleo. Não precisava estar sofrendo como sofre hoje em dia se não fossem políticas erradas lá de trás”, disse em live.
Bolsonaro também falou que alternativas estão sendo buscadas para driblar esses aumentos contínuos, e que infelizmente não pode interferir na Petrobras, mesmo sendo acionista majoritário.
Senado aprova fundo de estabilização
Nesta quinta-feira (10), o Senado aprovou um projeto de lei que prevê a criação de um fundo para estabilização dos preços dos combustíveis. Foram 61 votos a favor e oito contra.
A proposta, de autoria do senador Rogério Carvalho (PT-SE) e relatada pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN), é de criar o auxílio-gasolina, muito parecido com o auxílio-gás, que hoje custeia parte do botijão para famílias mais carentes. A ideia é também fixar a cobrança do ICMS sobre os combustíveis.
A PL agora será encaminhada para a Câmara dos Deputados para nova votação, para só então seguir ou não para a sanção presidencial. O principal intuito é diminuir a volatilidade dos preços dos combustíveis, derivados do petróleo, e do gás natural e de cozinha, para o consumidor final.
A movimentação do PT
Para o partido, lutar contra esse frequente aumento dos preços é também uma boa sacada eleitoral contra Jair Bolsonaro, especialmente por contar com o apoio popular. Afinal, hoje, nos principais conglomerados urbanos do Brasil, é bem difícil encher o tanque com menos de R$ 150.
O auxílio-gasolina previsto no Projeto de Lei n° 1.472/2021 deve estabelecer um repasse de R$ 300 mensais para motoristas de aplicativos e taxistas, alguns dos maiores afetados pelo aumento dos combustíveis.
Se aprovado, o projeto deve entrar em vigor no ano que vem, como explica Rogério Carvalho: “Esse auxílio tem que respeitar a Lei Eleitoral, terminado o período eleitoral, poderá ser implementado. Por isso, acredito que saia apenas em 2023”.
O senador ainda dá a deixa: “Caberá ao próximo governo articular, mas achamos bom e prudente que se preocupem em ajudar estas categorias”, disse. Lembrando que Lula segue em 1º lugar em todas as pesquisas de intenções de voto para as Eleições presidenciais deste ano.
Last modified: 3 de março de 2023