Monark ressurgiu das cinzas e anunciou que vai voltar para o mundo dos podcasts. A notícia deu o que falar! Saiba o que está acontecendo a seguir
Entenda a polêmica
Monark vai voltar para o Flow Podcast?
Na última terça-feira (22), Bruno Aiub, mais conhecido como Monark, anunciou sua volta ao mundo dos podcasts. De modo irônico, ele publicou no Twitter: “Minhas férias acabaram. Se preparem, que eu tô de volta, agora com mais liberdade que nunca”, escreveu.
Será que depois de tudo o gamer voltará para o seu antigo emprego?
O que se sabe até agora?
Monark não vai voltar para o Flow. O que acontece é que uma plataforma canadense de compartilhamento de vídeos chamada Rumble anunciou sua chegada ao Brasil e o podcaster deu a entender que criará um perfil nela. “Tá aí uma plataforma que respeita a liberdade de expressão e que não vai censurar ninguém”, postou afrontosamente.
Após toda a polêmica envolvendo o Flow, Monark foi banido do YouTube ao violar as diretrizes da plataforma. Na ocasião, ele disse estar sofrendo perseguição política. “Eles me proibiram de criar um novo canal para poder continuar minha vida, pessoas poderosas querem me destruir. Liberdade de expressão morreu”, opinou. O YouTube rebateu: “Responsabilidade é prioridade máxima para nossa empresa, e é muito importante que os criadores de conteúdo usem sua influência com responsabilidade – dentro e fora de plataforma”.
Relembre o escândalo
Durante episódio do podcast Flow, um dos mais assistidos do Brasil, vinculado no dia 7 de fevereiro, Monark defendeu a criação de um partido nazista no Brasil.
Durante conversa com os deputados federais Tabata Amaral (PSB-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP), o apresentador chegou a ser rebatido pela parlamentar, mas seguiu firme em seu posicionamento: “As pessoas não têm o direito de serem idiotas? Se o cara quiser ser antijudeu, eu acho que ele deveria ter o direito de ser”, falou.
As declarações repercutiram negativamente nas redes sociais e causaram o cancelamento do gamer, que também recebeu notas de repúdio enviadas por órgão judaicos brasileiros.
Na sequência, Monark publicou um vídeo de desculpa usando lugares comuns para se justificar. Ele disse que suas falas foram tiradas de contexto e que estava bêbado quando apresentou o episódio do podcast em questão. Mas tarde, durante depoimento para a Justiça, ele voltou atrás e não citou a embriaguez.
Com medo de perder patrocinadores, após o desligamento de algumas marcas que apoiavam o projeto, o Flow anunciou a demissão do apresentador. Monkar sumiu por cerca de um mês e retornou com os tweets polêmicos que anunciam sua volta.
Monark cometeu um crime?
De acordo com a Lei 7.716/1989, fazer apologia ao nazismo é crime com pena de reclusão e multa. Ou seja, não é permitido “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” nem “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.
Por defender a criação de um partido nazista, Monark foi denunciado ao Ministério Público por crime de antissemitismo, que está sendo investigado.
Além disso, o apresentador usou erroneamente a liberdade de expressão para justificar sua fala problemática em diversos níveis. Afinal, como bem sabemos, a liberdade de expressão está prevista na Constituição, mas ela termina onde começa a liberdade do outro de existir. Ou seja, crimes disfarçados de “minha opinião” não podem ser justificados por ela.
Muitos também se incomodaram com a fala que marcou o retorno do podcaster, em que ele diz que voltaria “com mais liberdade que nunca”. Teria Monark aprendido um total de zero coisas com tudo o que aconteceu? Seria a cultura do cancelamento extremamente relativizada no Brasil? Pesaria ela mais para minorias sociais, como mulheres e negros? A passagem de pano para o homem branco segue ocorrendo? Ficam aí todos esses questionamentos a serem feitos.
Qual é a do Rumble?
O Rumble é uma plataforma canadense de vídeos que dá justamente o que falar por essa falta de curadoria sobre os conteúdos postados. Durante a pandemia, choveram postagens negacionistas antivacina e minimizando o coronavírus, por exemplo.
A chegada da empresa no Brasil, em meio a um projeto de lei que pretende criminalizar as fake news, ainda mais em ano eleitoral, faz acender o alerta. Estariam personalidades como Monark e Allan Lopes dos Santos prestes a ganhar aval e continuar lucrando com conteúdos de caráter duvidoso?
Last modified: 3 de março de 2023