Rússia x Ucrânia: a guerra em números

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04 de março de 2022

Uma guerra pode ser economicamente lucrativa para diversas pessoas, em especial para aquelas que mexem com ações e indústrias armamentistas

Entenda a polêmica

Rússia x Ucrânia: a guerra em números

O capitalismo não é para amadores – e pode ser bastante cruel. Apesar dos pontos positivos do sistema econômico, quando o mundo enfrenta um cenário de guerra, pontos cruciais e não muito bacanas da sociedade em que vivemos são escancarados.

Por exemplo, engana-se quem pensa que conflitos armados são ruins para todo mundo. Para grandes potências, que lucram diariamente com a indústria bélica, eles são oportunidades de ouro para multiplicar o capital, tornar países ricos ainda mais ricos e alavancar fortunas.

A seguir, você confere alguns números sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, que chega ao seu 9º dia: 

Ações das indústrias bélicas sobem até 89%

Impulsionadas por novos pedidos de armamentos, especialmente após o chanceler alemão, Olaf Scholz, deixar a discurso pacifista de lado, as ações da indústria militar e armamentista disparam no mercado!

A empresa francesa Dassault Aviation teve um crescimento de 8%, um dos menores registrados, mas a alemã Hensoldt registrou aumentos de 42% a 89%, que entusiasmaram a Bolsa de Frankfurt. As ações da Rheinmetall, que fabrica tanques e armaduras para a Otan, subiram 25% nos últimos dias. 

Nasdaq sobe 3,34% e obtém seu melhor desempenho em 2022

Recentemente, a National Association of Securities Dealers Automated Quotations (Associação Nacional de Corretores de Títulos de Cotações Automáticas), 2ª maior bolsa de valores dos EUA, alcançou a marca de 13.473 pontos, muito por causa do “boom” do setor tecnológico.

Acontece que, com a iminência de uma grande guerra, os gastos norte-americanos com a indústria bélica devem aumentar. Para compensar, vai ser preciso reduzir a atividade econômica do país. Por causa desse cenário, o Fed, banco central dos EUA, não deve aumentar tanto assim a taxa de juros – como era esperado. Quem sai ganhando? As empresas de tecnologia. Afinal, com juros mais baixos, essas companhias têm menos chances de endividamento, conseguindo produzir mais com menos. 

Petroleira regista alta de mais de 7%

O mercado do petróleo e gás natural está a todo vapor com os atuais conflitos, uma vez que a Rússia produz 10% do petróleo global e fornece 40% do gás da Europa. A alta do preço do barril favorece automaticamente petroleiras como a Brent (Brent Oil Futures), que chegou a ser negociada na Bolsa de Londres a US$ 101,56! 

As sanções que estão sendo criadas contra a Rússia também favorecem outras petroleiras ao redor do mundo. Produtores africanos estão bastante animados com a possibilidade de serem beneficiados pelos conflitos do Leste Europeu. No Brasil, a Petrobrás, cuja referência é a própria Brent, registrou há poucos dias uma alta de 1.400% em comparação ao mesmo período (fevereiro) do ano passado.

Cessar-fogo

Nova conversa entre nações deve acontecer “em breve”

Na última quinta-feira (03), Ucrânia e Rússia concordaram em realizar uma nova reunião para discutir o futuro da guerra. A decisão foi tomada durante a 2ª roda de conversa entre representantes de ambos os países, que terminou mais uma vez sem grandes avanços.

Investidores estavam aguardando essa possível negociação, uma vez que o decreto de cessar-fogo poderia interferir nas bolsas do mundo todo. Como nenhum tipo de acerto ainda foi feito, a tendência é que as ações que registraram alta desde o início dos conflitos continuem subindo.