A compra de Viagra pelas Forças Armadas causou polêmica e malefícios para os cofres públicos. Mas e para o organismo, será que a droga pode fazer mal?
Saúde
Viagra: o que é, pra que serve, como funciona e os malefícios
Na última semana, foi revelado que o Ministério da Defesa comprou para as Forças Armadas 35 mil comprimidos de citrato de sildenafila (substância popularmente conhecida como Viagra), algumas dezenas de implantes penianos, remédio para calvície e R$ 37 mil em bisnagas de gel lubrificante íntimo. Todas as informações podem ser encontradas no Portal da Transparência.
O Tribunal de Contas da União abriu um processo para apurar a compra das próteses e do medicamento para disfunção erétil, defendido por Jair Bolsonaro: “As Forças Armadas compram o Viagra para combater a hipertensão arterial e também as doenças reumatológicas. Foram trinta e poucos mil comprimidos para o Exército, dez mil para a Marinha e eu não peguei da Aeronáutica, mas fala-se em cinquenta mil comprimidos total. Com todo o respeito, isso é nada”, disse o presidente durante café da manhã com pastores evangélicos.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, também se manifestou sobre a notícia e questionou: “Eu não posso usar o meu Viagra, pô?! O que são 35 mil comprimidos para 110 mil velhinhos?”.
Enquanto investigações são realizadas para entender os malefícios da compra de sildenafila para os cofres públicos, fica a pergunta: quais são os malefícios da droga para o corpo humano?
O que é o Viagra?
É um medicamento a base de citrato de sildenafila indicado para o tratamento da disfunção erétil, que é a incapacidade de ter ou manter uma ereção (rigidez do pênis) durante as relações sexuais.
Como ele funciona?
O Viagra facilita a entrada de sangue no pênis através do relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos (principal estrutura erétil peniana) e da dilatação das artérias, favorecendo a ereção. Contudo, para que ela ocorra, é necessário que haja o estímulo sexual. Só tomar o medicamento não adianta.
O Viagra faz mal para a saúde?
De acordo com a Pfizer, o medicamento é indicado apenas para maiores de 18 anos e sua frequência máxima recomendada é de uma vez ao dia. Alguns dos efeitos colaterais mais comuns são dores de cabeça, náuseas, ondas de calor e tontura.
A longo prazo, a utilização constante do citrato de sildenafila traz riscos. Por exemplo, um estudo realizado pela Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, descobriu que o uso prolongado do Viagra pode aumentar em até 85% o risco de cegueira causada por doenças como descolamento de retina, oclusão venosa da retina (OVR) e neuropatia óptica isquêmica.
Inclusive, na bula da pílula azul há um adendo sobre isso: “Caso você note diminuição ou perda repentina da audição e/ou visão interrompa imediatamente o uso de Viagra e consulte seu médico”, vem escrito.
Há pessoas que também associam o remédio a casos de ataque cardíaco, especialmente na terceira idade. Entretanto, médicos garantem que não é a droga em si que provoca o infarto, mas o esforço prolongado durante o sexo, uma vez que a ereção tende a durar mais tempo por ter recebido uma mãozinha extra medicamentosa.
Importante ressaltar que, como todo medicamento, o Viagra deve ser usado sob prescrição e acompanhamento médico.
Last modified: 3 de março de 2023
