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3 de junho de 2022
Média de casos móveis da Covid-19 sobe 138% em duas semanas e preocupa governos, que voltam a aconselhar o uso da máscara em lugares fechados
Entenda a polêmica
A 4ª onda da Covid-19 começou oficialmente no Brasil?
Nesta quinta-feira (02), o Brasil registrou, pelo segundo dia consecutivo, cerca de 42 mil casos de Covid-19 em 24h – um aumento de 138% da média móvel com relação ao mesmo período da semana retrasada.
Com isso, o total de pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2 desde o início da pandemia no país sobe para mais de 31 milhões. Os óbitos somam mais de 667 mil.
Por causa disso, alguns governos voltaram a aconselhar o uso de máscara de proteção em lugares fechados, como o de São Paulo.
Apesar do panorama, pela primeira vez desde março de 2020, o Datafolha registrou a maior parcela de entrevistados (29%) que diz não temer ser contaminada pelo vírus.
Analisando todo o cenário, e outros parecidos no âmbito internacional, especialistas garantem que o Brasil está oficialmente vivendo a 4ª onda da Covid-19.
Os burburinhos sobre ela começaram com a chegada da variante Ômicron no país, que assustou e fez muitas vítimas. Contudo, a flexibilização da pandemia continuou ocorrendo na maior parte dos estados. Agora, contudo, para tentar frear a alta da média móvel, o uso de máscara em locais fechados, apesar de não ser obrigatório, está sendo aconselhado.
A aproximação do Inverno e as recorrentes frentes frias dão uma forcinha para o Sars-CoV-2 se perpetuar mais facilmente por aí. Isso porque, quando está frio, temos uma maior tendência a ficar em espaços fechados, sem ventilação, muitas vezes com mais pessoas nas salas, como em ambientes de trabalho, por exemplo.
Além da questão comportamental, que favorece o contágio, há a questão científica. Em 2021, um estudo comandado por cientistas da Texas A&M University concluiu que, em temperaturas mais altas, o vírus da Covid-19 é neutralizado em menos tempo, diminuindo sua taxa de transmissão.
Especialistas alertam ainda que há possivelmente uma subnotificação dos casos no Brasil, o que pode fazer com que as pessoas tenham essa falsa sensação de segurança, quando, na realidade, as coisas não estão tão sob controle assim. O fato da campanha de vacinação também ter dado uma freada preocupa.
Hoje, 83,11% da população brasileira tomou a 1ª dose e 77,39% tomou a 2ª ou a dose única da Jansen. A dose de reforço foi tomada por 93.281.363 pessoas, sendo que o Brasil tem 212.6 milhões de habitantes. 3.596.272 tomaram a 4ª dose.
Aliás, além de voltar a recomendar o uso de máscara de proteção em lugares fechados, o Ministério da Saúde anunciou que, a partir da próxima semana, a 4ª dose da vacina [hoje autorizada para maiores de 60 e imunossuprimidos] vai poder ser aplicada em pessoas acima de 50 anos e profissionais da área da saúde. “Há, claro, um aumento de casos porque houve maior flexibilização. Isso não é só no Brasil. Isso é no mundo todo. Nós não vamos acabar com o vírus. Não vamos acabar com a Covid logo, mas temos que continuar a nossa vida”, declarou o ministro Marcelo Queiroga durante a divulgação da pasta.
Segundo o Datafolha, 98% da população brasileira deseja que a vacina contra a Covid-19 continue sendo de acesso universal, ou seja, gratuita. Até o momento, a campanha de imunização de 2023 não foi definida, mas há boatos de que o governo pode fornecer o imunizante apenas para grupos prioritários, que não possuem condições de pagar pela vacina. O restante pode ter que se imunizar no sistema privado de saúde.
Porém, como diria o Fleetwood Mac, apenas Rumours, por ora.
Last modified: 3 de março de 2023