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27 de junho de 2022
São mais de 700 músicas compostas e uma carreira marcada por sucessos e críticas sociais inteligentes! O aniversário foi de Gil, mas o presente é nosso
Curiosidades
Os 5 álbuns mais marcantes de Gilberto Gil para a música
Neste domingo (26), Gilberto Gil celebrou 80 anos de idade – e o mundo celebrou com ele. O baiano natural de Salvador é um dos principais nomes da Música Popular Brasileira e tem uma carreira de prestígio internacional.
Com 784 músicas compostas e mais de 2.500 gravações, Gil soma 9 grammys e uma cadeira cativa, a de número 20, na Academia Brasileira de Letras, tendo sido eleito em 2021.
“Ao longo da vida, da infância para a adolescência, depois para a vida adulta e agora para a velhice, vai ficando cada vez melhor viver. Pela acumulação das experiências. Fica como condição central. Só é isso que a gente tem. É a vida. Todas as nossas intervenções são no sentido de melhorá-la”, expôs o cantor em entrevista dada ao jornal Folha de S. Paulo na véspera de seu aniversário.
Discípulo de João Gilberto, conhecido como o pai da Bossa Nova, o músico se define como eclético, tendo sofrido principalmente influências do baião, do jazz, de sons afro-cubanos e da própria bossa.
A seguir, você confere 5 álbuns de Gilberto Passos Gil Moreira que fizeram história:
1. “Expresso 2222”
Lançado em 1972, ele completa 50 anos em 2022. É o 5º álbum de estúdio do cantor, que celebra sua volta do exílio. Músicas como Chiclete com Banana e Back in Bahia mostram a mistura do pop nacional e internacional proposta e a canção que dá nome ao álbum, Expresso 2222, é praticamente uma confissão de tudo o que sentiu quando esteve em Londres.
“Eu tenho dito reiteradamente que a fase londrina, a experiência de Londres, do exílio, da pós-prisão, representaram uma plenitude do tropicalismo que não foi possível obter enquanto o tropicalismo esteve aqui vigente como movimento”, explicou o músico para Claudio Leal, jornalista e mestre em Teoria e História do Cinema pela USP, em reportagem para a Folha.
2. “Refazenda”
Lançado em 1975, o compositor propõe um resgate ao tropicalismo. O próprio nome passa essa ideia de ressignificação da vida no campo, como se estivesse “refazendo tudo”, como diz na canção que dá título ao álbum.
Com músicas como Tenho Sede, Jeca Total e Lamento Sertanejo, Gil traz o Sertão à tona e canta um povo bem brasileiro, dando voz às suas alegrias e tristezas. “Tudo isso está na minha origem primeira, o encantamento com Luiz Gonzaga, um dos grandes mestres da música nordestina. Depois, o desembocar disso tudo no tropicalismo”, revelou o compositor para o programa Som do Vinil, do Canal Brasil.
3. “Quilombo”
Em 1984, Gil canta parte da História do Brasil neste álbum feito em parceria com Waly Salomão, para compor a trilha sonora do filme Quilombo, lançado no mesmo ano e dirigido por Carlos Diegues.
Apesar de não ser um dos álbuns mais populares do músico, ele reforça a importância da presença quilombola no Brasil, a omissão de políticos e autoridades com relação a ela e, mais uma vez, saúda as raízes do país onde nasceu.
4. “Raça Humana”
Também em 1984, Gil lançou este álbum que é recheado de sucessos: Pessoa Nefasta, Tempo Rei, Vamos Fugir e Indigo Blue.
Nele, o compositor canta o cotidiano, a vida, o passar do tempo. Canta o mundo, canta o humano e o Universal. As canções têm um mix de rock, reagge e forró. Inclusive, Gil é um eterno fã de Dominguinhos, sabia?!
5. “Refavela”
O álbum é o 2º da trilogia “Refazenda”, de 1975, “Refavela”, de 1977, e “Realce”, de 1979. Entre os maiores sucessos, destaca-se a canção Aqui e Agora.
Considerado uma das obras mais marcantes da música brasileira do século XX, o álbum canta o negro e sua inserção (ou a falta dela, no caso) na sociedade.
O próprio título é uma crítica a um plano de governo da época que estava dando novas casas a moradores de comunidades. Só que essas residências eram praticamente cópias das antigas, e os moradores continuavam sendo segregados de diversas formas. Era apenas uma “refavela” sendo construída.
Vale destacar que o afrobeat tem presença marcante no álbum, gênero musical de cunho sociopolítico e cultural.
Last modified: 3 de março de 2023