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1º de agosto de 2022
Titi e Bless, filhos de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, são vítimas de racismo em restaurante chique de Portugal; “Pretos imundos”, disse agressora
Entenda a polêmica
O dinheiro de ricos negros vale menos que o de ricos brancos?
Nas redes sociais, viralizou neste final de semana um vídeo que mostra Giovanna Ewbank posicionando-se contra uma mulher branca que praticou crime de racismo contra Titi e Bless, filhos da atriz com Bruno Gagliasso.
O caso ocorreu no sábado (30), no restaurante Clássico Beach Club, na região da Costa da Caparica, em Portugal, onde o casal está passando férias com a família.
O vídeo, publicado pelo jornal português Diário de Notícias, mostra Ewbank gritando com a portuguesa, que chamou Titi e Bless de “pretos imundos”. Segundo testemunhas, a mulher foi racista também contra um grupo de angolanos que estava no local.
“Racista nojenta (…) É isso que você é. Horrorosa, feia”, profere Gioh. A mulher rebate: “Olhe para a sua cara, olhe para você”. A atriz responde: “Olha para a sua cara, que pena de você, dá pena. Você é uma nojenta. Você merece sabe o quê? Você merece um soco, uma porrada na sua cara. Isso que você merece”.
Bruno Gagliasso interveio e acionou a polícia local. De acordo com o jornal Público, a mulher foi detida, mas liberada na sequência. A Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR (Guarda Nacional Republicana) disse que ela estava alcoolizada quando tudo aconteceu – como se isso justificasse o racismo praticado. Spoiler: não justifica.
A assessoria dos atores disse que “uma mulher branca, que passava na frente do restaurante, xingou, deliberadamente, não só Títi e Bless, mas também a uma família de turistas Angolanos que estavam no local, cerca de 15 pessoas negras. A criminosa pedia que eles saíssem do restaurante e voltassem para a África, entre outros absurdos proferidos às crianças, tais quais ‘pretos imundos'”.
O casal deve prestar queixa formal na delegacia, segundo nota da rádio portuguesa TSF Rádio Notícias.
Gioh dando um esculacho na portuguesa racista
“O europeu, em seu delírio de superioridade e supremacia branca, tem condições de atacar a gente em quaisquer lugar do mundo e por mais que sejamos filhos de pessoas brancas hegemônicas”, escreveu a escritora Carla Akotirene, Doutora em Estudos de Gênero, Mulheres Feminismos pela UFBA.
A pesquisadora sobre interseccionalidade, raça e crime ainda explicou que, ser preto, traduz no imaginário racista a ideia de família desestruturada. “Na cabeça do racista, a gente está impedido de sorrir ou de cogitar o futuro em sua abundância. Porque o racismo ataca a noção de humanidade”, publicou no Instagram.
O diretor, escritor e ativista Rodrigo França também se pronunciou nas redes sobre o caso: “A Giovanna Ewbank agiu corretamente em relação ao seu impulso, mas fique registrado que muitas mães negras são taxadas de raivosas e vitimistas fazendo o mesmo”, ressaltou.
França encerrou sua fala dizendo que “o racismo se estabelece até mesmo na diferença da aceitação das redações de mães negras e brancas”.
O apresentador AD Junior expôs outro ponto importante. Mesmo quando ascendem socialmente e frequentam espaços até então a eles negados, os negros continuam sendo vítimas de racismo estrutural, fomentado por uma sociedade colonizadora (e colonizada) desenhada para atender, servir e privilegiar pessoas pelo tom da pele. “O dinheiro de pessoas negras, mesmo que abastadas, vale muito menos que o dinheiro de pessoas ricas, porque, na prática, não inclui os acessos à normalidade de uma vida afluente e são até vistos por alguns negros ricos como uma desgraça, depois que eles alcançam certos lugares”, alerta.
Last modified: 3 de março de 2023