Vape faz menos mal à saúde que cigarro convencional?

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23 de agosto de 2022

A onda do momento é fumar vape, cigarro eletrônico aromatizado que é proibido no Brasil pela Anvisa e está na mão especialmente de adolescentes

Entenda a polêmica

Vape faz menos mal à saúde que cigarro convencional?

A nova febre mundial são os vapes ou pods, cigarros eletrônicos aromatizados que estão na mão principalmente dos jovens. 

Segundo levantamento realizado pelo Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), um a cada cinco jovens entre 18 e 24 anos usa vapes ou similares no Brasil. Homens constituem a maioria dos usuários. 

Entre a desculpa de que fazem menos mal à saúde que os cigarros convencionais e a de que ajudam a diminuir o vício, especialistas alertam que não é bem assim que os vapes funcionam. 

Por exemplo, esse tipo de cigarro eletrônico possui uma dosagem de nicotina: a mais baixa equivale a seis cigarros comuns e a mais alta, a 18. Logo, eles podem até ser inicialmente uma saída para aqueles que desejam parar de fumar, mas podem acabar atuando como um placebo ou até virando um vício substituto. 

É importante também ressaltar que os vapes ou pods “liberam nanopartículas de metais pesados, solventes e outros produtos químicos que podem causar danos ao pulmão e às vias aéreas”, conforme alerta reportagem publicada pela Glamour, escrita pela jornalista Isabella Marinelli. 

Ainda não há estudos conclusivos que mostram os efeitos negativos a longo prazo da droga, mas, a curto prazo, sabe-se que o uso frequente de vapes pode irritar olhos, nariz e garganta, causar problemas nos rins, fígado e no sistema nervoso, além de câncer. 

Inclusive, em 2019, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) descobriu uma síndrome respiratória aguda atribuída exclusivamente ao “vaping”, ou seja, ao vício em vapes ou pods.

De acordo com o pneumologista Arthur Feltrin, os principais sintomas da EVALI são “tosse, dor torácica e sensação de falta de ar, além de dificuldade para respirar, estão entre os sintomas. Fora isso, dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia, febre, calafrios e perda de peso são sinais relacionados”, disse em entrevista para a Glamour. 

Esses novos tipos de cigarro eletrônico também prejudicam os dentes e as gengivas, causam mau hálito e podem desencadear irritações cutâneas, como dermatites e acnes.

Portanto, os vapes podem até, em um primeiro momento, viciar menos que os cigarros convencionais e serem menos nocivos à saúde, mas, se usados com frequência, são bastante prejudiciais e altamente viciantes, sendo proibidos no Brasil pela Anvisa.

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