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Written by 12:19 Entretenimento

Don’t Say Gay: onda conservadora cresce em todo o mundo

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“Beijato” foi organizado em bar de Ipanema, no RJ, após casal gay ser vítima de homofobia no estabelecimento; episódio, infelizmente, não é pontual e assusta

Entenda a polêmica

Don’t Say Gay: onda conservadora cresce em todo o mundo

Um protesto intitulado “Beijato” aconteceu no último domingo (11) em Ipanema, no Rio de Janeiro. Dezenas de pessoas da comunidade LGBTQIA+ se reuniram em frente ao Bar Popeye portando cartazes contra a homofobia e protagonizando uma troca pública de beijos. 

A manifestação foi organizada após o dono do bar, Milton Caruso, ter se negado a atender um casal, porque “não queria gays sendo atendidos naquele estabelecimento”, conforme relata o designer Fernando Pimentel, uma das vítimas, em entrevista ao g1. Ele estava acompanhado de seu parceiro, o advogado Rafael Monteagudo.

Nos EUA situação é ainda pior

O Brasil é um dos países mais LGBTfóbicos do globo, mas uma lei, sancionada no primeiro semestre do ano na Flórida, proíbe que temas como orientação sexual e/ou identidade de gênero sejam abordados nas escolas. 

Popularmente chamada Don’t Say Gay (“Não Fale Gay”), a lei, oficialmente intitulada Direitos dos Pais na Educação, permite que pais e responsáveis movam uma ação contra o colégio caso professores da Pré-Escola ao 3º ano do Ensino Fundamental toquem nesses assuntos vetados, mesmo durante aulas de educação sexual, por serem considerados inapropriados. 

Obviamente, manifestações contrárias ao decreto acontecem desde que ele foi aprovado, mas Ron DeSantis, governador da Flórida, garante que “boicotes não vão mudar a nova lei”. 

Além de vários materiais didáticos já terem sido vetados, outros tiveram trechos censurados, como é o caso de um livro infantil chamado Bebês em Todo Canto, escrito por Susan Meyers, que mostra diferentes constituições familiares, como aquelas LGBTQIA+ formadas por duas mãe, dois pais, pais transgêneros, etc.

A onda conservadora é uma crescente não apenas nos EUA, mas em todo o mundo. A Flórida, bastante simbolicamente, é um dos Estados norte-americanos que tem índices mais altos de suicídio de jovens LGBTQIA+, segundo levantamento da The Trevor Project.

Joe Harding, deputado republicano autor da lei, diz que ela tem o intuito de “reforçar o direito fundamental dos pais de tomar decisões sobre o controle de seus filhos” – mas parece ignorar completamente a relação de leis do tipo com esses dados envolvendo saúde mental e combate ao suicídio.

Se quem cala, consente. Quem cria leis que compactuam com a LGBTfobia tem inegavelmente culpa no cartório. E que as apoia também.

Last modified: 3 de março de 2023
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