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4 de outubro de 2022
Você já parou pra pensar por que alguns candidatos, mesmo batendo recordes de votos, não conseguem um lugarzinho na Casa Legislativa? Vem entender!
Entenda a polêmica
Por que alguns candidatos bem votados não são eleitos?
As Eleições 2022 causaram um mix de sentimentos, né? E elas ainda nem acabaram por completo!
É inegável que a onda conservadora da extrema Direita mostrou sua força, elegendo a maior bancada do PL (Partido Liberal), cujo representante máximo é Jair Bolsonaro, na Câmara dos Deputados.
Em contrapartida, apesar de relativamente bem votados, nomes fortes do bolsonarismo não foram eleitos, como Antônia Fontenelle (Republicanos), Adrilles Jorge (PTB) e Max Bolsonaro (PL). “Agradecido pelas dezenas de milhares de votos que me tornaram o perdedor mais vitorioso destas eleições, conspurcadas por este infame sistema proporcional”, escreveu o candidato do Partido Trabalhista Brasileiro nas redes sociais.
Mas por que isso acontece? A resposta é simples: por causa do tal sistema proporcional. A explicação… Nem tanto. Mas a gente descomplica pra você! 😉
Quando o assunto são senadores, a regra é básica: são eleitos os mais votados. Contudo, quando o assunto em questão é a Casa Legislativa (Câmara dos Deputados, Assembleias estaduais e Câmara Distrital), o buraco é mais em baixo. Isso porque um candidato pode bater o recorde de votos, mas se o partido não tiver conseguido atingir o quociente eleitoral necessário para eleger um representante, nada acontece.
Primeiro, é preciso entender o conceito de quociente eleitoral. Ele é a soma dos votos válidos (tanto os nominais quanto os para a legenda) dividida pelo número de cadeiras em disputa. O resultado mostra o mínimo de votos que o partido precisa ter para conseguir eleger ao menos um representante.
Até aqui, sem problemas, certo? Só que cada partido precisa entender quantas vagas têm disponíveis para ele. É quando entra na jogada o quociente partidário!
Para chegar ao resultado, divide-se o número de votos que cada partido recebeu pelo quociente eleitoral. Ou seja, digamos que o quociente eleitoral de um cargo é 20 mil. Se o partido recebeu 40 mil votos, terá direito a duas cadeiras, que serão ocupadas pelos candidatos que atingirem uma maior média final.
Daí é feita mais uma conta: divide-se o número de votos atribuídos a cada partido ou federação pelo número de lugares por eles obtidos mais um. Quem atingir todos esses requisitos, está dentro da Casa Legislativa, levando em conta suas respectivas candidaturas.
Ah! E é interessante também lembrar que esse sistema todo possibilita que o eleitor eleja uma bancada (federação), ao invés de um único candidato, que é formada por co-candidaturas. Por exemplo, neste ano, a Bancada Feminista do PSOL, bastante consistente em São Paulo, é formada por cinco co-candidatas, que ocupam um mandato coletivo. Inclusive, a título de curiosidade, no último domingo (2), as co-candidatas da Bancada Feminista foram as Deputadas Estaduais mais votadas do Brasil!
Deu pra entender? Parece meio confuso e é um bocado mesmo, mas, na prática, cada partido precisa atingir pelo menos 10% do número do seu quociente eleitoral para conseguir emplacar candidaturas. Do contrário, o candidato pode bater o recorde que for! Sozinho, ele não vai a nenhum lugar.
Last modified: 3 de março de 2023