Em 1992, alguns países se reuniram para firmar oficialmente um tratado em nome do clima. Três anos depois, em 1995, em Berlim, na Alemanha, eles se organizaram pela primeira vez em um evento para discutir o aquecimento global. Este encontro ficou conhecido como a primeira reunião da COP, que, atualmente, se encontra em sua 27ª edição.
A COP27 está acontecendo em Sharm El Sheikh, no Egito, e começou neste domingo (6). Ela terá como foco o Brasil, em especial assuntos relacionados à Amazônia, e tem tudo para ser a conferência mais atuante desde a década de 90. Isto porque a Terra se encontra cada vez mais perto do ponto de não retorno, ou seja, do colapso, falando um português claro.
Mas se você está se perguntando que evento é esse que tem todos os anos e você nem sabia muito bem, calma, que chegamos para descomplicar!
A sigla COP significa Conferência das Partes, sendo que essas “partes” são os países que dela participam. É uma reunião que acontece anualmente, organizada pela ONU, cada vez em um cantinho do globo. Por exemplo, no ano passado, a COP26 rolou em Glasgow, na Escócia. No ano que vem, ela vai acontecer em Dubai, nos Emirados Árabes.
A conferência dura 12 dias e serve para que, em conjunto, as nações pensem soluções para diminuir os efeitos do aquecimento global e, consequentemente, da crise climática.
Em teoria, qualquer pessoa pode participar de uma COP, mas nem todas as áreas do evento são acessíveis. Por exemplo, existe um setor chamado “Blue Zone” que é reservado para pessoas com credenciais, ou seja, pessoas que foram convidadas pela ONU, líderes e chefes de Estado, e aqueles que se credenciaram para cobrir e participar do evento, como ativistas climáticos, jornalistas, pesquisadores, donos de ONGs, de empresas, etc.
A Conferência das Partes é um dos eventos mais relevantes da agenda ambiental! Contudo, tem alguns probleminhas…
Na COP26, a sueca Greta Thunberg, de 19 anos, um dos principais nomes do ativismo jovem, disse que o evento tem muito “blá, blá, blá” e pouca ação, e que não é pensado para mudar o sistema.
A crítica faz sentido e não deve ser ignorada. Afinal, desde 1995 que a crise climática é discutida na reunião da ONU e muita coisa ainda não saiu do papel.
Outra questão é com relação ao fato de que muitos homens no poder usam da COP para praticar greenwashing. Ou seja, eles se apoderam de uma pauta importantíssima para vender as ações sustentáveis de suas empresas que são muito mais uma jogada de marketing que efetivas para o planeta.
O discurso desses caras, geralmente, são aqueles que têm mais peso, e não deveria ser assim. O debate climático é urgente porque hoje pessoas já sofrem os efeitos da crise. Não dá para colocar um europeu lá falando sobre pensar a falta d’água no futuro quando hoje, em diversos cantos do globo, pessoas já sofrem com isso. É tempo de ouvir as vozes mais qualificadas para apresentar os problemas e pensar soluções: as vozes jovens, negras e periférias, que estão no olho do furacão.
Portanto, a COP é, sim, relevante e serve para que medidas sejam tomadas a nível mundial para frear o aquecimento da Terra e, consequentemente, combater o aquecimento global. Contudo, ela precisa se atualizar e fazer certos ajustes, para que não seja só mais uma reunião de homens brancos de meia idade e ricos no poder, porque este não é o cenário que reflete o mundo em que vivemos – e o mundo em que queremos (sobre)viver.
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Last modified: 3 de março de 2023
