Os yanomamis enfrentam uma grave crise humanitária. Habitante da Amazônia, o povo indígena sofre de maneira crônica com a fome e a falta de acesso à saúde básica – uma realidade escancarada apenas nas últimas semanas.
Nos últimos quatro anos, 570 crianças yanomamis morreram de “mortes evitáveis”, segundo dados do Instituto Sumaúma. Entre as principais causas, pneumonia, diarreia, desnutrição e malária.
Hoje, estima-se que 56% de toda a população yanomami esteja sofrendo os efeitos do garimpo ilegal, principal ameaça dos povos indígenas.
Neste final de semana, o presidente Lula (PT) foi até Roraima e se pronunciou sobre o caso. “Vamos trabalhar para dar a dignidade que eles merecem na saúde, na educação, na alimentação e no acesso à cidadania”, disse.
A visita oficial ocorreu após o Ministério da Saúde decretar emergência de saúde em Terras Indígenas Yanomami devido à desassistência sanitária.
Como a situação chegou a tal ponto?
A prática irregular em terras protegidas cresceu muito nos últimos anos. Em 2021, ela provocou 90% das mortes por conflitos na região Norte.
A falta de fiscalização e de políticas públicas que protejam esses povos faz com que eles se tornem reféns em sua própria casa.
Além dos ataques, invasores são responsáveis por violências sexuais praticadas contra mulheres e por trazer doenças para essas regiões de difícil acesso, o que contribui para o apagamento dos indígenas.
“Precisamos responsabilizar o governo anterior por ter permitido que essa situação se agravasse com o povo Yanomami ao ponto da gente chegar aqui e encontrar adultos com pesos de criança, e crianças em uma situação de pele e osso”, disse Sonia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas do Brasil.
De quem é a culpa?
Lideranças indígenas revelaram que procuraram apoio do Governo Federal nos últimos quatro anos, mas que a gestão de Jair Bolsonaro (PL) ignorou os pedidos de ajuda. Invasão de garimpeiros ilegais e falta de assistência médica eram as principais queixas.
Flávio Dino, novo ministro da Justiça, informou que um inquérito será aberto para que a Polícia Federal investigue o caso. “Há fortes indícios de crime de genocídio”, disse.
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Last modified: 3 de março de 2023