No dia 15 de fevereiro de 2022, um temporal deixou 235 mortos e milhares de desabrigados em Petrópolis, cidade serrana da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O desastre climático – o maior da história do município – causou enchentes e desmoronamentos, destruiu casas e ruas e deixou a cidade sob escombros. Hoje, o município ainda guarda resquícios da destruição, e duas pessoas seguem desaparecidas.
Moradores reclamam que pouca coisa foi feita nos últimos 12 meses. Por exemplo, as duas regiões mais prejudicadas, o Morro da Oficina e a Vila Felipe, têm escombros a céu aberto.
De acordo com um levantamento da GloboNews, a Prefeitura de Petrópolis gastou apenas 15% do orçado em habitação em 2022. Dos R$ 2,19 milhões previstos, apenas R$ 318 mil foram investidos no programa “Habitação Petrópolis”, que visa a diminuir o déficit habitacional e coordenar trabalhos preventivos em áreas de risco.
Em resposta às críticas, a prefeitura diz que focou primeiro em restabelecer as principais vias públicas da cidade, para só então intervir nos principais pontos dos desastres – o que, segundo as autoridades, deve acontecer em breve. O município afirma ainda que já terminou 47 obras de infraestrutura e iniciou outras 64 recentemente, com um investimento total de R$ 111 milhões em ações como drenagem e desassoreamento de rios.
Um auxílio público de R$ 1 mil também continua a ser disponibilizado para mais de 3 mil famílias. Segundo os beneficiários, contudo, o valor é pequeno para despesas de moradia e alimentação. Além disso, a maioria dos desabrigados não tem uma certeza de quando poderá retornar para seus novos lares.
A prefeitura elaborou ainda o programa “Recomeço Seguro”, que estipula uma indenização de R$ 1 mil a R$ 1.700 por metro quadrado, para ajudar as famílias a reerguerem suas casas. O plano, entretanto, é criticado pela população, que acredita que a proposta, sozinha, é insuficiente.
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Enchente nesta terça (14)
Na véspera da data em que a tragédia de Petrópolis completa um ano, a cidade serrana ficou embaixo d’água.
Por volta das 18h desta terça-feira (14), a Defesa Civil acionou sirenes e enviou alertas para os moradores do município. Algumas ruas ficaram tão alagadas que só era possível atravessá-las de barco. Pontos de apoio foram montados em escolas para receber os habitantes de regiões de encosta que tiveram de deixar suas casas.
Como a previsão de temporais na região continua nos próximos dias, a atenção é total para a cidade. “O presidente Lula já me alertou sobre a preocupação com Petrópolis”, disse o ministro Jader Filho, das Cidades.
“Denunciamos há um ano a urgência nos investimentos públicos para reduzir riscos e vulnerabilidades (…). Se houver outra tragédia, não foi por falta de aviso”, pontuou o jornalista e ambientalista André Trigueiro no Twitter.
