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Written by 14:19 Brasil

Do bullying à masculinidade tóxica: o que está por trás de ataques em escolas

Ataques como o realizado por um adolescente de 13 anos na Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, nesta segunda-feira (27), estão se tornando mais frequentes. Entre 2003 e 2022, o Brasil registrou 16 atentados em escolas, a maioria por armas de fogo e cometido por homens.

Nos EUA, que lidam com repetidas ocorrências deste tipo de caso, o perfil médio do autor é o mesmo. Segundo pesquisa realizada pelo Centers for Disease Control and Prevention, a maioria dos casos violentos que resulta em mortes ocorre durante períodos de transição, ou seja, no início ou no final do ano letivo. 

Além disso, cerca de 50% dos autores demonstram comportamento agressivo antes do ataque. Viviane Cubas, mestre em Sociologia e Pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP, diz que muitas vezes o bullying é citado pelos autores, embora não possa ser usado como justificativa. 

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A pesquisadora ainda revela outro padrão: o fascínio pelas armas de fogo. “Uma característica comum entre os episódios descritos foi justamente a facilidade com que os jovens adquiriam as armas usadas nos massacres”, explicou em artigo escrito para o jornal O Popular.

A questão da masculinidade também é apontada por alguns especialistas, que acreditam que, muitas vezes, esses ataques são uma maneira de o aluno reafirmar sua identidade de gênero perante à sociedade, perpetuando ensinamentos machistas e preconceituosos. Isso pode explicar também o fascínio pelas armas de fogo e por discursos extremistas.

Apesar do estigma, estudos garantem que a maioria dos autores de massacres em escolas não apresenta nenhum tipo de psicopatia. Dados do FBI mostram que 94% dos agressores são do sexo masculino, 63% são brancos, 38% são menores de idade e 42% não sobrevivem ao ataque – a maioria porque comete suicídio na sequência.

Last modified: 30 de março de 2023
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