Envolvido em escândalos e irregularidades, o banco Credit Suisse, que enfrentou uma queda drástica nas suas ações nesta quarta-feira (15) e precisou pedir um aporte de 54 bilhões de dólares ao Banco Central suíço, fechou 2022 com um prejuízo de cerca de 7,3 bilhões de francos suíços (algo em torno de R$ 41,9 bilhões). O relatório anual da instituição, divulgado na terça-feira (14), só piorou as coisas.
O documento identificou "fragilidades materiais" nos últimos dois anos. A notícia causou uma queda histórica no valor das ações na SIX Swiss Exchange, que chegaram a ser vendidas por humildes 2,12 francos suíços.
O que causou a crise?
Em 2022, duas empresas causaram um prejuízo de aproximadamente US$ 15 bilhões de francos suíços ao banco, após pedirem empréstimos e declararem falência logo em seguida.
O cenário poderia ter sido evitado se uma análise mais detalhada do perfil dos solicitantes tivesse sido feita. Logo, concluiu-se que houve falha de gestão, o que causou uma onda de demissões em massa.
Tudo isso fez com que o banco perdesse credibilidade, sendo que as polêmicas interferiram diretamente no mercado de ações.
Quem chegou para tentar salvar a parada foi o Saudi National Bank, da Arábia Saudita, que comprou uma fatia de 10% do banco, tornando-se assim o maior acionista da instituição.
Só que, nesta semana, um novo revés: o presidente do Saudi, Ammar Al Khudariy, explicou que não pode investir mais no suíço por questões contratuais, uma vez que seu banco não pode ter mais de 10% de participação na jogada. O mercado não gostou nadinha e, novamente, as ações do Credit Suisse despencaram nesta quarta-feira (15). A queda chegou a ser de quase 30%.
Ao que tudo indica, a qualquer momento, o Banco Central Suíço deve oferecer liquidez ao colega, já que a falência da instituição significaria um rombo para o país e uma crise econômica global, dado seu gigantismo.
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