Como era esperado, o Copom decidiu manter a Selic em 13,75%. A decisão de não mexer na taxa básica de juros foi unânime.
Os episódios envolvendo o colapso do Silicon Valley Bank e a crise do Credit Suisse, que impactaram o mercado financeiro global, foram usados como justificativa para a manutenção.
Contudo, os membros do Copom se dizem otimistas com relação ao cenário doméstico. O novo arcabouço fiscal do Ministério da Fazenda, que será divulgado em abril, também deve contribuir com o cenário favorável e com uma possível redução da Selic na próxima reunião.
O que é inflação de demanda?
Lula disse nesta semana que “vai continuar batendo” no Banco Central a fim de reduzir a Selic. O presidente falou que é impossível o Brasil seguir com a taxa básica de juros mais alta do mundo sem estar diante de uma inflação de demanda.
A inflação de demanda ocorre quando a procura é maior que a oferta. Por exemplo: quando um alimento está em falta no mercado, mas a busca por ele continua grande, o natural é que o preço dele aumente, uma vez que é impactado pelos juros. Esse tipo de inflação é mais comum quando a economia está aquecida, ou seja, quando as pessoas têm mais condições de fazer compras.
Existem também a inflação de custos, que é quando rola um aumento dos custos de produção, como de matéria-prima ou energia; a inflação inercial, quando os juros sofrem reajustes devido a uma crise de confiança no mercado, como quando bancos quebram; e a inflação estrutural, quando a infraestrutura e a mão de obra impactam a oferta de um produto, o que também o encarece.
Apesar de a Selic poder ser impactada de maneiras diferentes em cada um desses quatro casos, o resultado é sempre o encarecimento do produto. No caso da inflação de demanda, o aumento da taxa básica de juros é uma ferramenta que o BC tem à disposição para combater a causa dessa inflação, ou seja, a grande procura por produtos.
O que o governo argumenta, no entanto, é que a inflação observada no país atualmente não é de demanda. Em outras palavras, na visão de Lula, não há razão para reduzir a demanda de consumo, já que ela não está desproporcionalmente grande em relação à oferta. Para os economistas do governo, o efeito da Selic alta, na verdade, é impedir o acesso da população ao crédito e, assim, desestimular o consumo e, a longo prazo, o crescimento do país.
Deseja receber as informações mais relevantes do Brasil e do mundo de forma descomplicada, além de curiosidades e fatos históricos, por e-mail? É fácil e rápido! Clique aqui e cadastre-se no NewsPlus+. Compartilhe essa novidade para os amigos e bora se informar com qualidade! 😉
Last modified: 30 de março de 2023
