Foram mais de 30 horas de voo e duas conexões (em Lisboa e Abu Dhabi), mas Lula (PT) chegou à Xangai, na China, nesta quarta-feira (12) acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, e de parte da sua comitiva, composta por nomes como Fernando Haddad e Dilma Rousseff.
A primeira parada do presidente foi o hotel, para descansar. Aos 77 anos, Lula recebeu recentemente uma recomendação da equipe médica de diminuir o ritmo, após um quadro de pneumonia – que, inclusive, fez o político adiar sua viagem para o país oriental.
No saguão do estabelecimento, uma banda de jazz esperava a comitiva brasileira, recebida ao som de Se Essa Rua Fosse Minha.
Na China, Lula vai participar de um banquete oficial concedido pelo presidente Xi Jinping e comparecer à solenidade de posse de Dilma a frente do Banco dos Brics, que acontece na manhã desta quinta-feira (13).
Como o intuito principal da viagem é reestabelecer a política de boa vizinhança e tratar de assuntos econômicos e comerciais, na tarde de quinta, Lula vai visitar a fábrica da Huawei, além de se reunir no hotel com representantes da China Communications Construction Company e da BYD, empresa automobilística que o presidente deseja que assuma a fábrica da Ford que fechou na Bahia.
Os produtos chineses vão ficar mais caros?
Provavelmente, sim, mas não tem muito a ver com a viagem de Lula à China, tá?
Acontece que, assim como Haddad deseja taxar as empresas “que mamam no Orçamento público”, como disse anteriormente o ministro da Fazenda, ele também deseja taxar os chamados “camelódromos digitais”.
Quem são eles? Comércios online como a Shopee e a AliExpress, que utilizam de algumas brechas no sistema para vender mais barato – e sonegar impostos.
Por exemplo, hoje, há uma regra que diz que qualquer pessoa física do Brasil pode comprar algo sem impostos de outra pessoa física de qualquer lugar do mundo se o produto custar menos que US$ 50 ou se a compra total for abaixo desse valor.
O intuito é fiscalizar essa provável sonegação de impostos de plataformas digitais e, com isso, arrecadar até R$ 8 bilhões por ano com a tributação (ou, se preferir, com a taxação).
“Com essas medidas, os consumidores serão beneficiados: com a declaração antecipada, a mercadoria poderá chegar no Brasil já liberada, podendo seguir diretamente para o consumidor”, explicou Robinson Barreirinhas, secretário da Receita Federal.
A tributação deve permanecer a mesma que a atual, de 60% sobre o valor da encomenda. A única coisa é que não terá mais essa distinção entre compras feitas de pessoas físicas ou jurídicas nem de valor.
Ainda não há uma data oficial para a mudança começar a valer.
Tags:Dilma Rousseff, Fernando Haddad, Lula Last modified: 12 de abril de 2023