Nesta segunda-feira (17), a Justiça da França absolveu a empresa Airbus e a companhia aérea Air France da acusação de homicídio involuntário envolvendo um acidente que ocorreu em 2009 e matou 228 pessoas.
O tribunal de Paris entendeu que nenhum problema técnico provocou a queda do avião.
As caixas-pretas da aeronave do A330 foram resgatadas do oceano e analisadas. O avião entrou em queda livre após os pilotos responderem “com falha” a um problema envolvendo sensores de velocidade congelados. Entretanto, a Justiça se disse “aquém da certeza necessária para estabelecer responsabilidade firme” pelo desastre aéreo.
As empresas foram absolvidas e não cabe mais recurso por parte das famílias das vítimas.
Relembre o caso
Na noite de 31 de maio de 2009, às 19h30, o voo 447 da Air France decolou do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, rumo ao Aeroporto Charles de Gaulles, na França. Cerca de três horas depois, a aeronave caiu em um ponto cego do Oceano Atlântico, perto de Fernando de Noronha. Todas as 228 pessoas a bordo morreram.
O congelamento dos tubos de pilot fez com que os pilotos perdessem o controle da aeronave, que deveria ter entrado no espaço aéreo senegalês por volta das 23h20 (Horário de Brasília), após voar por um “ponto cego” do oceano. Isso nunca aconteceu.
No dia seguinte, foram encontrados destroços do avião no mar, como poltronas. Manchas de querosene na água também ajudaram na identificação. O governo brasileiro decretou luto oficial de três dias, e as famílias da vítima ficaram 13 anos na Justiça esperando que alguém fosse responsabilizado pela tragédia.
Apesar do entendimento de que houve falhas técnicas e humanas, a Justiça francesa decretou que “um provável nexo causal não é suficiente para caracterizar um delito”. As famílias saíram devastadas do tribunal. A Air France disse que “expressa sua mais profunda compaixão a todos os seus entes queridos” e a Airbus classificou a decisão do tribunal como “congruente”.
Tags:Acidente, Air France, Justiça Last modified: 17 de abril de 2023
