Após quatro anos de espera, Chico Buarque finalmente recebeu seu Prêmio Camões, anteriormente negado por Jair Bolsonaro (PL), nesta segunda-feira (24), em Brasília.
O ex-presidente da República se negou a assinar a honraria após a vitória do cantor e compositor em 2019. Em tom irônico, Bolsonaro disse na época que reconheceria o mérito de Chico “até 31 de dezembro de 2026”, data final do seu 2º mandato, caso fosse reeleito.
“A não assinatura do Bolsonaro no diploma é para mim um segundo Prêmio Camões”, declarou o cantor após a polêmica.
Durante viagem de Lula (PT) e sua comitiva à Europa, a assinatura finalmente ocorreu. Em Portugal, Margareth Menezes, ministra da Cultura, se pronunciou sobre a importância da honraria. “Essa entrega é simbólica porque representa a vitória da democracia”, disse.
Marco Lucchesi, presidente da Biblioteca Nacional, também se manifestou sobre o Camões, dizendo que ele “é uma proposta que avança além das fronteiras” e que a “literatura promove a cultura do diálogo e da paz”.
O Camões é um prêmio literário que existe desde 1988 e foi instituído por Brasil e Portugal, destinado àqueles que contribuem para o enriquecimento do patrimônio literário entre as nações de língua comum.
“Valeu a pena esperar por esta cerimônia(…) Nesta tarde de celebração, reconforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para a assinatura do nosso presidente Lula. Recebo este prêmio menos como uma honraria pessoal, e mais como um desagravo a tantos autores e artistas brasileiros humilhados e ofendidos nesses últimos anos de estupidez e obscurantismo”, disse Chico durante a carimônia.
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Tags:Chico Buarque, Jair Bolsonaro, Lula Last modified: 24 de abril de 2023