Deputada Júlia Zanatta acusa Márcio Jerry de assédio; deputado nega

A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) acusa Márcio Jerry (PCdoB-MA) de tê-la assediado durante discussão na Câmara na última terça-feira (11).

Júlia estava discutindo com Lídice da Mata (PSB-BA) quando o deputado encostou no ouvido da parlamentar e disse: “Respeita os 40 anos de mandato [de Lídice]”.

Os ânimos se exaltaram após Lídice reclamar do tratamento que havia recebido de dois deputados bolsonaristas na Comissão de Segurança Pública da Câmara, liderada por Flávio Dino, ministro da Justiça. “Não vou aceitar que deputado homem nenhum venha me dizer para eu ficar calma”, bradou Lídice. Júlia então proferiu a seguinte frase: “Fica calma. Mulher pode dizer?”.

A acusação de assédio e a resposta do PCdoB

Nas redes sociais, Júlia Zanatta (PL-SC) publicou duas fotos do momento em que Márcio Jerry (PCdoB-MA) a abordou na Câmara. “Nunca dei liberdade para esse deputado nem sabia qual era o nome dele, mas ele se sentiu livre para chegar por trás de mim“, escreveu.

Zanatta classificou a cena como absurda e aproveitou o momento para politizar a questão: “Se fosse uma deputada de esquerda e um deputado de direita, já sabem, né?”.

Também nas redes sociais, Jerry deu a sua versão da história e postou um vídeo, para mostrar que o momento era tumultuado e que ele fez a abordagem como podia, pois tinha muita gente em volta das parlamentares. “As imagens que desmascaram a absurda acusação da deputada bolsonarista”, escreveu.

Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal, emitiu uma nota dizendo que “sentiu forte repulsa” ao ver as imagens e que o PL apoia Júlia, caso ela queira registrar uma denúncia formal.

O PCdoB também se pronunciou e disse que Jerry “está sendo acusado desproporcionalmente de assédio” e que “o vídeo constata que não há como caracterizar o ato ou as palavras do parlamentar como assédio”.

Jandira Feghali, presidente do Partido Comunista do Brasil, escreveu: “Trata-se de uma acusação leviana promovida por aqueles que marcam sua atuação política pela construção de inverdades”. A questão foi novamente politizada, desta vez, do outro lado.

“O problema central não é direita X esquerda, mas a degradação moral de alguns, que normalizam certas condutas quando se trata de seus aliados”, escreveu Júlia no Twitter. Jandira rebateu: “Inadmissível essa reiterada prática. Tomaremos as medidas necessárias para a apuração das responsabilidades por mais essa inverdade”.