Lula volta a criticar meta de juros; entenda como ela atua

Durante café com jornalistas realizado na manhã desta quinta-feira (6), o presidente Lula (PT) voltou a criticar a meta de inflação.

O posicionamento foi dado porque Roberto Campos, presidente do Banco Central, disse que, para cumprir a meta de juros estabelecida para 2023, a Selic deveria ser de 26,5% ao ano.

Lembrando que o atual valor da taxa básica de juros é de 13,75%, a maior do mundo.

“É no mínimo uma coisa não razoável de ser dita, porque se a meta está errada, muda-se a meta“, disse Lula.

Para este ano, a meta da inflação é de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. “Não é possível a gente imaginar que você possa estabelecer crédito com taxa de juros acima de 15, 16, 17, 18%. Tem gente pegando juro a 30% no mercado para fazer investimento”, criticou o presidente da República.

O que é a meta de juros/inflação?

Definida pelo Conselho Monetário Nacional (formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento, e pelo presidente do Banco Central), ela controla o nível de alta dos preços e é conhecida justamente por ser o termômetro da economia do país.

Quando a taxa básica de juros aumenta, a oferta de crédito não acompanha a demanda, porque os produtos se tornam mais caros e, consequentemente, o poder de compra – tanto da população quanto da indústria e do comércio – diminui. Isso causa uma distorção econômica.

O ideal é encontrar um equilíbrio entre oferta e demanda, para que a inflação se estabilize. Uma regra fiscal que também contribua para esse cenário é essencial para o mercado, para que metas sejam cumpridas e não haja um novo desequilíbrio monetário.