Ataques em escolas: entenda a briga entre o Twitter e o governo

Na manhã desta terça-feira (11), mais duas escolas brasileiras foram alvos de ataques: uma em Goiás e outra em Manaus. Os novos atentados ocorreram pouco tempo depois da invasão à creche de Santa Catarina e do ataque em escola de São Paulo. E um dia após o ministro da Justiça, Flávio Dino, se encontrar com representantes do Twitter Brasil para conversar sobre contas no perfil que compartilham conteúdos sobre os massacres e que fazem apologia ao nazismo.

Uma lista com 73 perfis foi apresentada – e, segundo levantamento do g1, 61 deles seguem ativos na plataforma. Acontece que a advogada que representou a empresa na reunião disse que perfis que compartilham fotos de assassinos não violam os termos de uso da rede, nem se trata de um caso de apologia ao crime.

“Uma [plataforma] veio alegar ‘termos de uso’ e eu deixei claro que os ‘termos de uso’ não se sobrepõem à Constituição”, disse Dino em entrevista ao Metrópoles. O ministro ainda afirmou: “Volto a dizer, não é porque o governo quer, é porque a sociedade precisa. Se eles não entenderem, vão ser obrigados a entender”.

Além da movimentação do governo federal, o Ministério da Justiça e Segurança Pública criou a Operação Escola Segura e deve realizar a exclusão dessas contas. Um canal de denúncia de massacres também foi criado.

A polêmica entre o governo e o Twitter Brasil vem à tona em meio a situações de descaso com a Imprensa.

Ao comprar o Twitter e assumir a presidência executiva da rede em 2022, Elon Musk fez uma série de mudanças nas políticas de segurança da plataforma, o que para muita gente foi entendido como uma manobra para dar voz a perfis que coíbem com muitas formas de violência. A famosa “liberdade de expressão”.

Além disso, vários veículos de comunicação que têm entrado em contato com o Twitter têm recebido em troca um emoji de fezes, reforçando a nova política da empresa, contrária à grande Mídia.

A polêmica com o Twitter também vai ao encontro do que foi decidido em conjunto nas redes e por veículos de comunicação: não dar voz nem publicar imagens de autores de massacres em escolas para não eternizar a figura de criminosos nem compactuar com possíveis endeusamentos dessas pessoas.