Nesta semana, mais um episódio de racismo tomou as redes sociais. A professora e atriz Isabel Oliveira foi fazer compras no supermercado Atacadão, em Curitiba, no último final de semana, quando foi perseguida por mais de meia hora por um segurança do local. Isabel é uma mulher negra.
“Hoje eu fui a bola da vez, mas não dá pra gente sempre ser visto como uma ameaça“, desabafou no Instagram.
Como protesto, a curitibana retornou ao estabelecimento, tirou a roupa e fez novas compras – desta vez, só de lingerie. No corpo, os dizeres: “Sou uma ameaça”.
O ato foi compartilhado no Instagram. Na legenda da publicação, Isabel complementou: “Meu corpo é político”.
Após o episódio de racismo, a professora e atriz procurou a polícia, e disse ter se sentido silenciada, uma vez que as autoridades disseram que o caso não configurava crime de racismo e que o segurança só estava fazendo o seu papel. “O papel dele é perseguir uma pessoa preta no supermercado?”, questionou.
Nas redes, Isabel Oliveira recebeu apoio. “Radicalismo? Sim, é necessário reagir(…) Sofremos racismo a partir do fenótipo. E o corpo que incomoda, seja na universidade, no shopping ou no supermercado”, escreveu Andréia de Jesus, deputada estadual por MG.
“Foi um protesto, mas foi muito sofrido. Dei muito valor pela coragem, mas fiquei triste por ela ter que passar por isso”, disse uma usuária do Twitter.
A rede Atacadão falou que analisou as imagens das câmeras de segurança e que “não identificou indícios de abordagem indevida”. A empresa ainda disse que “possui uma política de tolerância zero contra qualquer tipo de comportamento discriminatório ou abordagem inadequada”.
Tags:Racismo, Violência Last modified: 11 de abril de 2023