A prisão preventiva de Marcelo Valverde Valezi, de 52 anos, e Roberta Porfirio de Sousa Santos, de 41, foi decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo no último dia 9. Eles são suspeitos de terem participado de um processo ilegal de adoção e investigados por tráfico de pessoas.
A criança em questão foi identificada em um carro no Tatuapé, bairro da Zona Leste de SP, nove dias após ter sido vista pela última vez em Florianópolis, onde morava com a mãe.
No dia 5 de maio, um boletim de ocorrência foi registrado pela família. Na ocasião, a mãe do bebê, uma mulher de 22 anos, estava hospitalizada, tratando uma crise de ansiedade e depressão.
No dia seguinte, o sumiço do garoto de 2 anos foi relatado nas redes sociais pelo tio, o humorista Juliano Gaspar. “Qualquer informação sobre seu paradeiro pode ser enviado aos números do post de forma completamente sigilosa”, escreveu.
A polícia acredita que a mãe tenha sido aliciada e entregado o filho em uma espécie de adoção ilegal, uma vez que a mulher, que preferiu não ser identificada, fazia parte de um grupo de apoio a mães do Facebook.
Segundo reportagem do Fantástico, a jovem conheceu nesse grupo Marcelo Valezi, em 2020, com quem manteve contato.
Nesse meio tempo, o filho da jovem nasceu, mas Valezi e sua esposa tinham conseguido engravidar, então ele indicou uma conhecida, que poderia se interessar pelo bebê da catarinense: Roberta Porfirio.
A entrega do bebê ocorreu no estacionamento de um supermercado em Floripa. A placa do carro que foi buscar a criança estava adulterada, segundo a polícia. A jovem disse que teve um surto quando resolveu entregar o filho: “Foi ali, naquele momento, que começou, infelizmente, a cair a minha ficha do que eu tinha realmente feito. E foi aonde, no outro dia, eu tentei contra minha própria vida”, relatou ao Fanstático.
A mãe biológica disse que recebeu somente uma ajuda de custo de R$ 100 para entregar a criança, para custear o transporte dela até o supermercado. “Espero que ele me perdoe”, lamentou.
A polícia investiga Marcelo e sua esposa, que teriam facilitado a “adoção”, Roberta, para quem a jovem entregou o bebê, a mãe biológica da criança e o marido de Roberta. Para o Fantástico, a advogada de Marcelo, Laryssa Nartis, disse que não houve sequestro nem rapto: “Tudo foi feito mediante consentimento da própria genitora do menor. Ela quis. O Marcelo, na intenção de ajudar, pensando no bem da criança também, foi que ele passou o contato da Roberta”.
O advogado de Roberta, Olavo Ferreira, falou que sua cliente recebeu uma chamada da jovem mãe, que estava desesperada, e tudo o que Roberta fez foi tentar ajudar. Ele nega que a placa de seu carro estivesse adulterada no dia da entrega do menino: “Isso não existe”.
O bebê permaneceu sob guarda do conselho tutelar entre os dias 8 e 15, quando foi devolvido para a família nesta segunda-feira.
Tags:Adoção, Gravidez, Violência Last modified: 15 de maio de 2023