Encontro de Lula e Maduro divide opiniões; presidente fala em integração

O encontro de Lula (PT) e Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, está dando o que falar. A oposição aproveitou o episódio para atacar o petista e relembrar que, durante a campanha eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral proibiu que partidos e candidatos relacionassem Lula a Maduro.

“Lula demonstra, mais uma vez, a sua falta de compromisso com a democracia ao receber o ditador da Venezuela”, escreveu o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) concordou e foi além, dizendo que a visita de Maduro é uma “vergonha para os brasileiros” e um “desrespeito com o povo venezuelano”.

Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores, falou que a Venezuela é vítima de muito preconceito e que o país foi solidário com o Brasil “quando Bolsonaro negou oxigênio para hospitais de Manaus”.

Ela também disse que o encontro foi para estreitar laços econômicos entre as nações e colocar em prática, com 11 presidentes no total, uma política de integração da América do Sul.

O deputado André Janones (Avante-MG) rebateu a oposição dizendo que Maduro “não foi acusado formalmente, nem condenado” pelos crimes que a ele são imputados, como tortura e desaparecimentos. “São despreparados e desesperados por like”, disse Janones sobre bolsonaristas que estavam criticando a visita.

A integração da América do Sul

Nesta terça-feira (30), o presidente Lula (PT) mostrou 10 propostas para serem discutidas entre os principais líderes de países sul-americanos, em busca de uma política de integração.

Há propostas para as áreas econômicas, de saúde, educação e de defesa. Por exemplo, a reativação do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde, visando fortalecer a indústria da saúde na região e, especialmente, as campanhas vacinais.

Outras são a criação de uma “unidade de referência comum para o comércio, reduzindo a dependência de moedas extrarregionais” e a implementação de iniciativas de convergência regulatória, para descomplicar burocracias entre países vizinhos.