A enfermeira Dzirrê de Almeida Gonçalves, coordenadora de uma unidade de saúde em Cabeceiras, Goiás, negou envolvimento em fraude no cartão de vacina de Gabriela Santiago Cid, esposa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Ela teve seu nome colocado no cartão de vacina fraudado por Farley Vinícius de Alcântara, médico suspeito de fraudar o documento.
Em entrevista exclusiva ao g1, Dzirrê contou que trabalha como coordenadora na Unidade Básica de Saúde 3 da cidade, mas na época das fraudes atuava no posto de saúde onde as vacinações aconteciam.
Ela relatou que já havia trabalhado com Farley em dois plantões realizados no hospital municipal. Segundo ela, o médico parecia ser um ótimo profissional e muito reservado.
O prefeito da cidade informou que alguns profissionais de saúde serão ouvidos no procedimento administrativo aberto na prefeitura para investigar o caso. O propósito da apuração é descobrir se realmente houve a fraude por parte do médico e se ele teve ajuda para cometer o crime. Entre esses profissionais estão a enfermeira coordenadora e outra enfermeira que teve o nome citado no cartão de vacina de Gabriela Cid.
A coordenadora afirmou ter uma ética profissional e que nunca faria algo assim.”Quando a gente vê nosso nome em uma situação dessas, ficamos muito abaladas. Quero que [com a investigação] se esclareça tudo. Quero a verdade. Se ele teve ajuda de alguém daqui, queremos que apareça quem foi”, disse a enfermeira.
De acordo com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF), Farley foi acionado por seu tio, Luís Marcos dos Reis, ex-integrante da equipe de Cid, para a execução da suposta fraude. A operação foi realizada para apurar a prática de diversos crimes, como organização criminosa, falsidade ideológica, estelionato, prevaricação, corrupção passiva e ativa, entre outros.
Tags:Jair Bolsonaro, Mauro Cid, Operação Venire, Polícia Federal, Vacina Last modified: 8 de maio de 2023