Um laudo realizado pelo Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do Ministério Público do Rio (MP-RJ) confirmou o esquema de “rachadinha” no gabinete de Carlos Bolsonaro. Desde 2019, quando as investigações começaram, esta é a prova mais forte obtida pela 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada.
O vereador já pode ser acusado pelo crime de peculato, mas o MP agora quer entender se Carlos se beneficiou diretamente com esses desvios de dinheiro.
Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, Jorge Luiz Fernandes, Chefe de Gabinete de Carlos Bolsonaro, recebeu, desde 2018, R$ 2,014 milhões vindos de contas de seis servidores que haviam sido anteriormente nomeados pelo vereador.
Um desses servidores é Regina Célia Sobral, justamente a esposa de Fernandes. Ela depositou um crédito de R$ 814 mil dividido em 304 lançamentos. Se a regularidade desses depósitos for confirmada, ficará comprovado que o filho “número dois” de Bolsonaro é chefe de um esquema de “rachadinha” na Câmara Municipal do Rio, que é quando funcionários devolvem o valor integral do salário ou parte dele para o contratante. No caso, o vereador Carlos Bolsonaro.
Ainda segundo O Globo, o ex-presidente da República já havia sido alertado que o cerco estava se fechando ao redor do seu filho. Preocupados, Bolsonaro e seus aliados não descartam um pedido de prisão contra Carlos.
Nas redes sociais, Antonio Carlos Fonseca, advogado do vereador, emitiu uma nota atacando a imprensa e a matéria veiculada pelo jornal. “Aparentemente, a matéria divulga, de forma seletiva, algumas informações sigilosas com o nítido intuito de promover ataques ao vereador”, diz documento.
Em nota, a defesa garante que Carlos Bolsonaro está à disposição para prestar esclarecimentos, mas diz que “é preciso apurar se ocorreu, mais uma vez, o lamentável vazamento de possíveis documentos e informações que estão sob sigilo”, não falando nada sobre a confirmação da prática de ‘rachadinha’ no gabinete do político.
Tags:Carlos Bolsonaro, Corrupção, Jair Bolsonaro Last modified: 4 de maio de 2023
