O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos divulgou nesta terça-feira (15) o relatório final sobre o acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça, no dia 5 de novembro de 2021, na cidade de Caratinga, em Minas Gerais.
Para o especialista George Sucupira, primeiro conselheiro da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves, a tragédia ocorreu por um “excesso de zelo” dos pilotos, que decidiram “esticar a perna ao invés de fazer a curva onde normalmente faziam”.
O intuito era dar mais segurança ao voo e garantir um pouso mais tranquilo. O problema é que, na continuidade da perna-base, havia uma torre com um cabo de para-raio em cima. Ela pertence à Companhia Energética de Minas Gerais. “Isso, no avião, você não consegue ver, porque o avião está a 200 km/h, você não enxerga um fio, e, quando ele fez a curva, a asa bateu no cabo e perdeu motor ali”, explicou Sucupira.
Se o avião estivesse voando um metro acima, nada teria ocorrido.
Na ocasião, Marília voava no bimotor Beech Aircraft. “Houve uma avaliação inadequada acerca de parâmetros da operação da aeronave, uma vez que a perna do vento foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada para uma aeronave de ‘Categoria de Performance B’ em procedimentos de pouso”, declarou o relatório.
O intuito do relatório não é buscar culpados, mas evitar que novos acidentes do tipo ocorram. “De modo geral, o Cenipa entende que não houve nenhum erro do piloto. Atitudes tomadas fora do plano de voo não são erradas”, informou Robson Cunha, advogado da família da artista, que morreu aos 26 anos.
Outras quatro pessoas morreram na ocasião: Henrique Ribeiro (produtor), Abicieli Silveira Dias Filho (tio e assessor), Geraldo Medeiros (piloto) e Tarciso Viana (co-piloto).
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