Paulo Peregrino, de 61 anos, recebeu o diagnóstico de câncer de próstata em 2010 e desde então travava uma batalha contra a doença, tendo sido, em 2018, diagnosticado com linfoma não-Hodgkin.
No começo do ano, ele estava prestes a receber cuidados paliativos quando entrou para um grupo de estudos de 14 pacientes no Centro de Terapia Celular, que adota um protocolo da USP, do Instituto Butantan e do Hemocentro de Ribeirão Preto para tratar quadros de câncer em estágio avançado.
A técnica utilizada é a CAR-T Cell, que modifica as células de defesa do corpo humano em laboratório para que elas próprias combatam as células cancerígenas. O tratamento é extremamente caro, por volta de R$ 2 milhões por paciente, mas Paulo foi tratado no SUS, e o grupo de estudos é financiado com verbas da Fapesp e do CNPq.
A doença de Paulo teve remissão completa de 60% em 30 dias. “Foi uma resposta muito rápida e com tanto tumor. Fico até emocionado”, disse Vanderson Rocha, coordenador nacional de terapia celular da rede D’Or, que está a frente do caso. A maioria dos outros paciente também teve remissão completa.
Por ora, os tratamentos realizados no Centro de Terapia Celular são destinados a pacientes em estágio avançado da doença e só podem ocorrer após autorização da Anvisa. Na rede privada, o tratamento está disponível para aqueles que podem investir milhões nele.
Dimas Covas, coordenador do Centro de Terapia Celular CEPID-USP e do Núcleo de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeirão Preto, explica que, para disponibilizar o tratamento para a população brasileira, é necessário obter financiamento para tratar e estudar 75 pacietes, para assim gerar dados clínicos. “Este estudo clínico custará R$ 60 milhões, mas economizará R$ 140 milhões em relação aos preços praticados pelas empresas privadas”, pontuou.
Para Paulo Peregrino a vitória é da fé, mas também da ciência.
Tags:Câncer, SUS Last modified: 29 de maio de 2023
