Em depoimento para a Polícia Federal, uma servidora de Duque de Caxias disse que foi coagida a fornecer sua senha pessoal para que os certificados vacinais de Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores fossem adulterados no sistema do Ministério da Saúde.
Segundo dados da Operação Venire, o ex-presidente e sua filha mais nova, Laura, de 12 anos, teriam tomado duas doses cada da vacina da Pfizer contra a Covid-19 no município do Rio de Janeiro, entre julho e outubro de 2022.
Quatro certificados foram emitidos e impressos no próprio gabinete de Bolsonaro no Planalto. Pouco tempo depois, esses dados cadastrais foram excluídos do sistema por Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, chefe da Central de Vacinas de Caxias, sob a alegação de “erro”. No dia 30 de dezembro, Jair Bolsonaro viajou para os Estados Unidos, país que exige o passaporte da vacina.
Na manhã desta quarta-feira (3), o ex-presidente teve o celular apreendido durante a operação da PF em sua casa, em Brasília. Aos jornalistas na porta da residência, ele disse que nunca tomou nenhuma vacina, que nenhum cartão de vacinação foi exigido na imigração e que não há adulteração de sua parte.
Este é mais um capítulo da tumultuada história de Duque de Caxias com a pandemia de coronavírus, marcada por filas quilométricas nos postos de saúde e suspeitas de irregularidades nas campanhas de vacinação.
Os objetos apreendidos no município do Rio vão ser analisados pela polícia, assim como o telefone de Bolsonaro e as demais apreensões feitas, inclusive na casa do tenente-coronel Mauro Cid, também envolvido no esquema e detido provisoriamente desde quarta (3).
Vale destacar que, até março deste ano, o cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro estava sob sigilo, que foi retirado pela Controladoria Geral da União para andamento da Operação Venire.
Tags:Coronavírus, Jair Bolsonaro, Operação Venire, Polícia Federal Last modified: 4 de maio de 2023
