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Written by 15:43 Política

Temendo derrotas no Congresso, governo libera R$ 1,7 bilhão em emendas

O governo concedeu um montante de R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares nesta quarta-feira (31), em meio ao risco iminente de uma grande derrota do presidente Lula (PT) no Congresso.

A autorização para esses repasses foi emitida na terça-feira (30), quando os interlocutores de Lula optaram por adiar a votação da medida provisória (MP) que trata da reestruturação da Esplanada dos Ministérios, temendo que ela fosse rejeitada.

Esse valor de R$ 1,7 bilhão representa um recorde no governo Lula 3. É a maior quantia liberada em um único dia até o momento.

Os articuladores políticos do Palácio do Planalto afirmam ainda que há planos de intensificar essas autorizações para as emendas parlamentares.

Houve um aumento da insatisfação na Câmara em relação ao governo nesta terça-feira, quando os líderes dos partidos se uniram para articular a rejeição da estrutura adotada por Lula para a Esplanada.

Caso a medida provisória seja rejeitada, a estrutura dos ministérios retornaria ao formato da gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Isso implicaria no fim de pastas criadas em janeiro, como a do Povos Indígenas, da Cultura, da Igualdade Racial, dos Transportes e do Desenvolvimento e Indústria.

Diante da crise com o Congresso, Lula convocou uma reunião emergencial na manhã desta quarta-feira (31) com o núcleo de articulação política do governo para discutir as derrotas na Câmara e a medida provisória sobre a reestruturação ministerial.

Segundo relatos, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), conversou com Lula por telefone por volta das 9h. Lula teria feito um apelo pela aprovação da medida provisória, e Lira teria expressado preocupação com a credibilidade do Executivo na Casa.

As queixas em relação ao governo são relacionadas à demora na liberação de emendas parlamentares, nomeações políticas para cargos do governo e a dificuldade dos deputados em conseguir reuniões com ministros.

Essas reclamações se arrastam há meses. O Congresso tem exigido uma mudança na articulação política, apesar de não atacar diretamente o ministro responsável pela área, Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

O ministro Rui Costa (Casa Civil) tem sido o principal alvo das críticas. Ele é culpado, segundo eles, pelos atrasos nas emendas e nas nomeações, além de demonstrar falta de habilidade política.

No entanto, aliados de Costa afirmam que o ministro não é responsável pela relação com o Congresso e que ele incorporou um perfil mais técnico à Casa Civil. O ministério nega que tenha atrasado a liberação de recursos e nomeações.

Conforme reportado pela Folha de S. Paulo no último fim de semana, o Congresso tem reclamado sobre os atrasos nas emendas, apesar de o ritmo estar ligeiramente mais acelerado do que nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro.

Tags:, Last modified: 31 de maio de 2023
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