A Americanas revelou fraudes e lançamentos indevidos nas suas demonstrações financeiras, totalizando mais de R$ 40 bilhões em números preliminares e não auditados. Essas irregularidades envolvem contratos fictícios de Verba de Propaganda Cooperada (VPC) e operações de crédito e financiamento inadequadamente contabilizadas. A empresa está atualmente em recuperação judicial após descobrir o rombo contábil no início deste ano.
As fraudes nas demonstrações financeiras da Americanas ocorreram principalmente por meio dos contratos de Verba de Propaganda Cooperada (VPC). Esses contratos são normalmente acordados entre a indústria e o varejo, servindo para cobrir custos com publicidade e propaganda, além de impulsionar as vendas de determinados produtos. No entanto, no caso da Americanas, esses contratos foram criados de forma artificial, sem a participação dos fornecedores, e lançados no balanço com o objetivo de melhorar os resultados operacionais da empresa.
A antiga diretoria da Americanas foi identificada como responsável pelas fraudes. De acordo com a empresa, o relatório apresentado ao Conselho de Administração aponta a participação de diversas pessoas, incluindo o ex-presidente Miguel Gutierrez e outros ex-diretores e executivos. Todos os colaboradores envolvidos foram afastados de suas funções executivas em fevereiro.
Diante dessas revelações, a Americanas está tomando medidas para buscar o ressarcimento dos danos causados pelas fraudes em suas demonstrações financeiras. O Conselho de Administração orientou a empresa a apresentar o relatório às autoridades competentes e tomar as medidas cabíveis. Além disso, o atual presidente da empresa, Leonardo Coelho Pereira, participou de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados para tratar do caso e apresentou documentos e trocas de e-mails que evidenciam as irregularidades.
A Americanas enfrenta as consequências desse escândalo contábil enquanto está em recuperação judicial. Os valores das fraudes e lançamentos indevidos ainda são preliminares, não auditados e sujeitos a alterações, mas espera-se um impacto significativo nos resultados mais recentes da empresa. A busca por responsabilização e ações para reverter a situação estão em andamento, visando proteger os interesses da companhia e seus stakeholders.
Tags:Americanas Last modified: 13 de junho de 2023