O celular do ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, continha um documento que delineava um plano de golpe para reverter a eleição de Lula no ano passado, revelou a revista Veja. O documento, intitulado “Forças Armadas como poder moderador”, mencionava a possibilidade de convocar os militares para intervir em conflitos entre os Poderes. Além disso, foram encontradas mensagens em que um oficial das Forças Armadas pedia a Cid que convencesse Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar, caracterizando um golpe de Estado.
De acordo com o plano descrito no documento, Bolsonaro encaminharia relatos de supostas ilegalidades nas eleições ao comando das Forças Armadas, que nomeariam um interventor com poderes para suspender decisões consideradas inconstitucionais e afastar ministros do STF e do TSE. Também caberia a esse interventor investigar a conduta dos ministros do Supremo e marcar uma nova data para as eleições, que seriam conduzidas por ministros substitutos do TSE.
A defesa de Mauro Cid informou que ainda não teve acesso ao conteúdo divulgado e que fará manifestações defensivas apenas nos autos do processo, em respeito ao Supremo Tribunal Federal. Além disso, a revista Veja revelou que o celular de Cid continha mensagens em que oficiais do Exército buscavam seu apoio para medidas inconstitucionais. Embora Cid não tenha rejeitado as sugestões golpistas, afirmou-se que Bolsonaro não deu a ordem de intervenção por falta de confiança no Alto-Comando do Exército.
Esses novos fatos evidenciam a existência de documentos e mensagens com teor golpista relacionados a auxiliares de Bolsonaro. Em janeiro, a Polícia Federal encontrou uma minuta golpista de decreto na residência de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do presidente, que buscava instaurar um estado de defesa na sede do TSE para reverter o resultado da eleição, na qual Lula venceu Bolsonaro. Além disso, as mensagens no celular de Cid revelam que oficiais do Exército buscaram seu apoio para a defesa de medidas inconstitucionais, demonstrando uma preocupação adicional com possíveis ações golpistas.
Tags:Jair Bolsonaro, Mauro Cid Last modified: 16 de junho de 2023