De olho no Ministério da Saúde, Lira pode acabar levando Bolsa Família; entenda

Emissários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sondaram o presidente da Câmara, Arthur Lira, sobre a possibilidade de seu grupo político indicar um titular para o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). No entanto, eles deixaram claro que o Ministério da Saúde, cobiçado pelos aliados de Lira, não entrará em cota partidária em troca de apoio ao governo. Em contrapartida, mencionaram a possibilidade de conceder ao grupo de Lira a pasta do MDS, que atualmente é comandada pelo ex-governador do Piauí, Wellington Dias. Essa proposta ainda está sendo trabalhada e não há aval de Lula para sua concretização.

Caso o movimento se concretize, a coordenação do programa Bolsa Família passaria para o grupo político de Lira, o que gera resistências entre os palacianos e petistas. Contudo, isso poderia fortalecer a aliança entre Lula e Lira, concedendo ao presidente da Câmara uma pasta com grande orçamento, enquanto o governo busca atrair o apoio de partidos como União Brasil, Republicanos, PP e a fração não bolsonarista do PL.

Lira tem alertado para o represamento na liberação de emendas parlamentares ao Orçamento, concentradas na pasta da Saúde, como o principal problema na articulação política. Em conversas anteriores com representantes de Lula, Lira propôs que a montagem política ocorresse no Ministério da Saúde, contemplando Republicanos, PP e o PL não bolsonarista.

Embora haja a negação de interesse por parte do grupo de Lira em ocupar cargos, essa movimentação política segue em discussão, com possíveis desdobramentos a partir de agosto. Enquanto isso, o Planalto continua negociando individualmente com os partidos, buscando a pacificação e a composição de espaços no governo.