A Câmara dos Deputados anunciou nesta terça-feira, 6 de junho, a cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), em conformidade com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) emitida em 16 de maio. A decisão da mesa diretora da Câmara, composta por Arthur Lira (PP-AL), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Luciano Bivar (União-PE), Maria do Rosário (PT-PR), Julio Cesar (PSD-PI) e Beto Pereira (PSDB-MS), foi publicada no Diário Oficial da Casa.
Seguindo a deliberação unânime do TSE, que foi de 7 votos a favor, ficou estabelecido que Deltan Dallagnol tentou contornar a lei da ficha limpa durante as eleições de 2022. Desde então, o ex-procurador da Operação Lava Jato aguardava o processo ser encaminhado na Câmara dos Deputados. Durante esse período, Deltan realizou uma manifestação em defesa de seu mandato em Curitiba e continuou a exercer suas atividades parlamentares normalmente.
Dallagnol se destacou como uma das principais vozes opositoras ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara dos Deputados. Ele posicionou-se contra diversas pautas apoiadas por Lula, incluindo o arcabouço fiscal, o Projeto de Lei das Fake News, alterações nas regras do Marco Legal do Saneamento e a equiparação salarial entre homens e mulheres. Essas posições políticas aproximaram-no do grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
Antes da cassação, Deltan fez um apelo aos membros da mesa diretora para que não cedessem diante do que ele considerava uma injustiça e uma violação das prerrogativas da Câmara. Renata Abreu, presidente do Podemos, elogiou a resiliência e a determinação de Dallagnol, expressando sua insatisfação com a atitude do grupo em apenas confirmar a decisão do TSE, sem analisar o direito à ampla defesa e ao contraditório. O partido tomou medidas legais para defender Deltan e recuperar a vaga parlamentar.
Tags:Deltan Dallagnol, Lula, Sergio Moro Last modified: 6 de junho de 2023