Morre Luiz Schiavon, tecladista e fundador do RPM, aos 64

Luiz Schiavon, tecladista e fundador do RPM, morreu aos 64 anos durante a madrugada desta quinta-feira (15). Ele estava lutando contra uma doença autoimune nos últimos quatro anos. A família do músico confirmou a notícia nas redes sociais, informando que ele teve complicações durante uma cirurgia e não resistiu. Schiavon estava internado no Hospital São Luiz, em Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo. A cerimônia de despedida será restrita a pessoas próximas.

A família descreveu Luiz Schiavon como um maestro, compositor, fundador e tecladista do RPM, mas, acima de tudo, como um bom filho, sobrinho, marido, pai e amigo. O comunicado pede que as pessoas se lembrem dele através de sua música e prestem homenagens nas redes sociais, revistas e jornais, ou simplesmente recordem dele com carinho. Schiavon já havia sido hospitalizado por 18 meses antes de retornar ao hospital este ano.

Luiz Schiavon iniciou sua carreira no piano aos 7 anos, apesar de relutância inicial, por insistência de sua mãe. Ele se formou em música no Conservatório Mário de Andrade, em São Paulo, aos 19 anos. Embora fosse um pianista clássico, ele tinha uma paixão pelo rock progressivo e chegou a montar uma banda cover do Deep Purple. Nos anos 1980, conheceu Paulo Ricardo, com quem formou a banda Aura e, posteriormente, fundou o RPM.

O RPM foi criado em 1983, após Paulo Ricardo retornar da Europa. Schiavon já estava fortemente influenciado pela música eletrônica, que estava em ascensão naquela época devido aos novos instrumentos, sintetizadores e computadores que ampliavam as possibilidades musicais. Juntos, Schiavon e Paulo Ricardo compuseram as primeiras músicas do RPM, que rapidamente alcançaram sucesso nas rádios. A assinatura synth-pop dos teclados de Schiavon e a sensualidade de Paulo Ricardo se tornaram características marcantes da banda.

Apesar do sucesso, o RPM enfrentou conflitos internos e passou por várias separações ao longo dos anos. A formação original da banda só se reuniu novamente em 2001, gravando novas músicas e realizando uma turnê. No entanto, conflitos surgiram novamente e resultaram em disputas legais pelos direitos da marca RPM. Mesmo assim, a banda se reuniu em outras ocasiões, como para o álbum “Elektra”, lançado em 2010. Além de sua contribuição para o RPM, Schiavon também trabalhou em trilhas sonoras de novelas e foi diretor musical do programa “Domingão do Faustão” por seis anos.