PF apreende celular e computadores em ação contra Marcos do Val

No mundo do poder, a tarde desta quinta-feira (15) foi marcada pelas buscas realizadas pela Polícia Federal em endereços relacionados ao senador Marcos do Val (Podemos-ES). Durante a operação, foram apreendidos diversos materiais, incluindo computadores, pen drives e telefones celulares. Os mandados foram executados em Brasília e no Espírito Santo. A força-tarefa foi autorizada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou que Do Val prestasse depoimento.

Do Val está sendo investigado por obstruir as investigações relacionadas aos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro. As postagens do senador em redes sociais foram utilizadas como base para a operação, que resultou em três mandados de busca e apreensão. Em fevereiro deste ano, Do Val acusou Jair Bolsonaro, ex-presidente, e Daniel Silveira, ex-deputado, de planejarem uma reunião para propor sua participação em um plano de golpe de Estado.

Após a operação, o senador negou ter dado diferentes versões sobre o caso, afirmando que sua única declaração está registrada no depoimento prestado à Polícia Federal em fevereiro. Sua assessoria informou que ele estava em Vitória durante a operação.

Entre os crimes que Do Val pode ser acusado, segundo as investigações, está a divulgação de informações sigilosas que possam prejudicar terceiros, além de associação criminosa, abolição do Estado de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A pena total dos crimes pode somar mais de 30 anos. Como medida cautelar, as contas de Do Val em redes sociais foram bloqueadas por ordem judicial.

No Senado, os jornalistas foram impedidos de acessar o corredor que leva ao gabinete do parlamentar, e a presença dos agentes da PF causou alterações na rotina da Casa.

Durante as buscas no Senado, a Polícia Legislativa e a Advocacia da Casa acompanharam o processo a pedido do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Os agentes da PF deixaram o Congresso Nacional às 17h43, levando consigo um malote contendo os itens apreendidos. A atuação da PF foi pacífica, e os servidores do gabinete de Do Val não puderam presenciar a ação nem verificar os materiais confiscados. Enquanto isso, a defesa do senador encontrava-se em seu apartamento funcional, e apenas os advogados do Senado estiveram presentes no gabinete durante as diligências.