Primeira Parada LGBTQIA+ em SP após Bolsonaro mescla pop com ativismo

A Parada do Orgulho LGBTQIA+ deste ano ecoou pela Avenida Paulista com um discurso político protagonizado por Pabllo Vittar e Daniela Mercury. Com o tema “Queremos políticas sociais para LGBT+ por inteiro e não pela metade”, o evento comemorou sua 27ª edição após uma transição governamental que resultou na criação de um conselho nacional para assuntos LGBTQIA+.

Tanto nas ruas como nos trios elétricos, as figuras icônicas da comunidade lideraram o desfile ao longo da Paulista e da Rua da Consolação. Com o governo atual, os participantes disseram sentir-se mais seguros para se expressarem, celebrando e se orgulhando ainda mais. Entre os apoiadores, o clima era de comemoração após anos de políticas anti-LGBTQIA+ patrocinadas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Embora haja um sentimento de maior segurança, é importante ressaltar que o Brasil ainda é um país hostil para a comunidade LGBTQIA+. Durante o evento, houve destaque para temas como a normalização dos corpos trans, o apoio aos refugiados LGBTQIA+ e a importância da empregabilidade. Os trios organizados pela APOLGBT, associação responsável pela organização do desfile, foram mais comprometidos com essas demandas, enquanto os trios patrocinados, que contavam com grandes atrações musicais, suavizavam o tom político com performances alegres.

Pabllo Vittar, a atração mais esperada, embalou o público com seus hits, sem fazer discursos políticos como ocorreu nas eleições passadas. Sua performance coreografada levou o público ao delírio. Daniela Mercury também foi destaque e emocionou a multidão ao beijar sua esposa no trio, simbolizando o casamento e inspirando todos a lutar por direitos e pela aceitação.

Além das apresentações dos artistas, o evento também prestou homenagens a divas do passado. Figuras como Rita Lee e Gal Costa foram lembradas em fantasias e cartolinas.

A Parada do Orgulho LGBTQIA+ proporcionou uma mistura entre festa e ato político, onde a luta, a diversão e a expressão sexual convergiram. Os participantes expressaram-se por meio de looks extravagantes, que mesclavam símbolos da comunidade LGBTQIA+ com demandas por direitos.