Uma adolescente de 16 anos que estava internada com suspeita de febre maculosa em Campinas (SP) morreu na noite de terça-feira (13), de acordo com a Secretaria de Saúde do município. A jovem estava hospitalizada desde o dia 9 de junho, após ter participado de uma festa na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio. Outras três pessoas que estiveram no mesmo evento também morreram e tiveram a doença confirmada como causa.
A paciente estava recebendo atendimento em um hospital particular da cidade, mas, até o fim da noite de terça, o Instituto Adolfo Lutz não havia divulgado exames para confirmar ou descartar o diagnóstico de febre maculosa. Segundo o Ministério da Saúde, essa doença é infecciosa, aguda e pode apresentar diferentes níveis de gravidade, desde formas leves até graves, com alta taxa de letalidade. A febre maculosa é causada por bactérias do gênero Rickettsia e é transmitida pela picada do carrapato estrela.
Vale ressaltar que a febre maculosa não é transmitida de pessoa para pessoa por contato direto. Seus sintomas podem ser confundidos facilmente com outras doenças que causam febre alta. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo alerta as pessoas que vivem ou se deslocam por áreas de transmissão para que fiquem atentas a qualquer sinal de febre, dor no corpo, desânimo, náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal, e procurem atendimento médico informando sobre sua presença nessas regiões, a fim de evitar complicações. O tratamento é feito com antibióticos específicos.
Além da adolescente, o Instituto Adolfo Lutz confirmou nesta terça-feira duas mortes por febre maculosa. O piloto Douglas Costa, de 42 anos, teve sua amostra positiva para a doença, assim como uma jovem de 28 anos, de acordo com a Secretaria de Saúde de São Paulo. Essas três vítimas, juntamente com outras três que estiveram na Fazenda Santa Margarida em maio, quando ocorreu a festa “Feijoada do Rosa”, elevam para seis o número total de mortes relacionadas à doença no estado de São Paulo.
Diante desses casos, a Prefeitura de Campinas determinou a suspensão dos eventos realizados na fazenda, considerando que há um surto da doença no local. No entanto, a administração municipal esclarece que essa suspensão não implica em interdição da fazenda, e ela poderá retomar as atividades mediante a apresentação de um plano de contingência ambiental e de comunicação. A fazenda afirma que cumpre todas as exigências da Vigilância Sanitária e está à disposição das autoridades competentes para colaborar com as investigações.
A febre maculosa tem sido detectada principalmente nas regiões de Campinas, Piracicaba, Assis e no litoral do estado de São Paulo, com maior incidência nos municípios de Campinas e Piracicaba. Na região metropolitana da capital, há poucos registros da doença devido à urbanização da área. Em 2023, foram registrados 9 casos e 3 óbitos. O Ministério da Saúde acompanha as investigações do caso em parceria com o Centro de Vigilância Epidemiológica do estado de São Paulo e promove a distribuição de antimicrobianos para o tratamento da doença, bem como capacitações e divulgação de diretrizes técnicas para as vigilâncias estaduais e municipais.
Tags:Febre maculosa, São Paulo Last modified: 13 de junho de 2023