O economista Marcio Pochmann foi indicado para a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que gerou repercussão política em Brasília devido às suas ligações com as alas mais à esquerda do Partido dos Trabalhadores (PT). Embora o IBGE seja vinculado ao Ministério do Planejamento, a ministra Simone Tebet, do MDB, não teve participação na escolha, mas declarou que acatará a decisão do presidente Lula e a defendeu. Pochmann tem um extenso currículo, tendo sido presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) durante os governos Lula e Dilma Rousseff, além de presidir a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT.
A indicação de Pochmann não é unânime. Durante sua gestão no Ipea, houve demissões de funcionários com visões diferentes das suas, o que levantou preocupações sobre possíveis viés ideológico em sua atuação à frente do IBGE. Além disso, sua forte ligação com o PT também é motivo de apreensão, considerando a importância do órgão para a produção de estatísticas oficiais do Brasil, que servem de base para políticas públicas.
Entre as críticas direcionadas a Pochmann, destaca-se uma publicação em uma rede social condenando o sistema de pagamentos PIX, um mês antes de seu lançamento pelo Banco Central. Na ocasião, ele afirmou que o PIX seguia uma “via neocolonial” ao adotar o “receituário neoliberal”.
Apesar das controvérsias, o presidente Lula anunciou Pochmann como sua escolha para a presidência do IBGE, o que será oficializado após uma reunião entre eles. O instituto desempenha um papel crucial ao fornecer estatísticas oficiais sobre economia, demografia e questões sociais, fundamentais para a elaboração de políticas públicas. A indicação gerou debates sobre a possível politização do órgão, mas a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que acatará a escolha de Lula e que acha “muito justa” a solicitação do presidente.
Tags:IBGE, Lula, PT, Simone Tebet Last modified: 28 de julho de 2023