Em 2022, o Brasil alcançou o maior número registrado de casos de estupro e estupro de vulneráveis em sua história, totalizando 74.930 vítimas, ou seja, aproximadamente 6.244 casos por mês ou 205 registros diários. Esses dados, divulgados no 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, evidenciaram um crescimento de 8,2% em relação a 2021, quando houve 68.885 ocorrências.
O estupro de vulnerável, que inclui atos libidinosos contra vítimas menores de 14 anos, teve um aumento de 8,6% em relação ao ano anterior, passando de 52.057 casos em 2021 para 56.829 em 2022. Notavelmente, 61,4% das vítimas registradas eram menores de 13 anos. O estado do Amazonas apresentou o maior índice de aumento, com 50,8%.
Esse aumento alarmante foi associado a possíveis consequências da pandemia, como o fechamento de escolas, o que teria aumentado a vulnerabilidade das crianças a abusos sexuais e violência intrafamiliar. Com a reabertura das escolas em 2022, as denúncias de estupro de vulneráveis também aumentaram.
Além disso, o anuário também registrou aumento nos casos de feminicídio e violência doméstica, com 6,1% a mais de feminicídios entre 2021 e 2022. O stalking (perseguição) também teve um crescimento significativo, com um aumento de 75% no número de casos de 2021 para 2022.
Em resposta a esses alarmantes números, o governo anunciou um plano específico para a Amazônia, além de medidas para controlar o acesso a armas como forma de combater o aumento da violência. O perfil dos agressores mostrou que, em grande parte dos casos, o abuso aconteceu dentro das próprias famílias das vítimas.
Embora haja a preocupação de que ainda exista subnotificação de casos, as denúncias têm aumentado, em parte devido à divulgação de casos famosos que encorajam outras vítimas a relatarem suas experiências e buscar ajuda. A sociedade vem se mobilizando cada vez mais contra esses crimes, buscando reduzir a violência sexual e proteger as vítimas vulneráveis.
Tags:Estupro, Feminicídio, Violência contra a mulher Last modified: 20 de julho de 2023