Droga em teste contra Alzheimer reduz em até 60% a progressão da doença

Um medicamento em fase de teste contra o Alzheimer apresentou resultados promissores, reduzindo até 60% da perda cognitiva associada à doença. Chamada de donanemabe, a droga mostrou eficácia em impedir a progressão da doença em 47% dos pacientes com sintomas iniciais e retardou o processo de perda cognitiva em até 60% dos participantes com sintomas mais avançados, em comparação com o grupo que recebeu placebo.

O estudo de fase 3 foi realizado nos EUA com 1.736 participantes entre 60 e 85 anos que tinham Alzheimer sintomático precoce. O medicamento é um anticorpo monoclonal que age nas placas de substância beta amilóide formadas no cérebro dos pacientes, reduzindo essas placas e diminuindo a perda cognitiva.

A farmacêutica Eli Lilly, produtora do medicamento, solicitou a aprovação da droga para a FDA e espera que seja aprovada até o final do ano. A pesquisa foi apresentada na Associação Internacional de Alzheimer em Amsterdã e publicada no periódico científico Jama.

Em outro evento da Associação Internacional de Alzheimer, pesquisadores da Clínica Mayo, nos EUA, propuseram um novo sistema de classificação da progressão da doença, baseado em alterações cognitivas e biológicas dos pacientes. O novo modelo substitui as diretrizes de 2018 e assemelha-se à classificação usada para diagnósticos de câncer. O Alzheimer é o principal tipo de demência, afetando 60% a 80% dos casos diagnosticados, com mais de 10 milhões de novos casos identificados anualmente em todo o mundo. No Brasil, estima-se cerca de 1,2 milhão de pessoas vivendo com Alzheimer.