O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou uma queda de 2% em maio em relação a abril, conforme divulgado pelo BC.
Essa foi a maior retração desde março de 2021. O IBC-Br é utilizado para tentar antecipar o resultado do PIB, mas nem sempre se aproxima dos dados oficiais divulgados pelo IBGE. Em contraste, em maio do ano passado, o indicador registrou um crescimento de 2,15%. Nos cinco primeiros meses de 2023, o IBC-Br cresceu 3,61%, e nos doze meses até abril, teve um aumento de 3,43%.
O IBC-Br é uma das ferramentas utilizadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros do país. Um menor crescimento econômico teoricamente implica menos pressão inflacionária.
Em junho, a taxa básica de juros foi mantida em 13,75% ao ano, o nível mais alto em seis anos e meio, como medida para conter a alta de preços. O PIB, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, sendo um indicador-chave para medir a evolução da economia. Ele incorpora estimativas para a agropecuária, indústria, setor de serviços e impostos, mas não inclui o lado da demanda, que é considerado no cálculo do PIB do IBGE.
Haddad culpa BC
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu o resultado negativo à manutenção das altas taxas de juros no país. “A pretendida desaceleração da economia pelo Banco Central chegou forte. Precisamos ter muita cautela com o que pode acontecer se as taxas forem mantidas na casa de 10% o juro real ao ano. É muito pesado para a economia”, reforçou o ministro.
A expectativa é de que a taxa seja reduzida em breve, dado o aceno favorável à diminuição na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do BC em junho e com a posse de dois diretores nomeados pelo atual governo: Ailton Aquino, funcionário de carreira, e Gabriel Galípolo, ex-secretário do Ministério da Fazenda.
Tags:Banco Central, Fernando Haddad, PIB, Taxa Selic Last modified: 17 de julho de 2023