Lula e Macron propõem retirada de sanções se Venezuela fizer eleições livres

Líderes da União Europeia e países da América Latina se reuniram em Bruxelas, mediados pelos presidentes Lula, Macron, Petro e Fernández, para discutir a situação da Venezuela. Na segunda-feira (17), Delcy Rodríguez, vice-presidente da Venezuela, encontrou-se com Gerardo Blyde, representante da oposição do país. No entanto, uma primeira versão do comunicado conjunto foi vetada pelos representantes venezuelanos, que a consideraram parcial em favor da oposição.

No texto final divulgado nesta terça-feira, os líderes dos países envolvidos fizeram dois pedidos principais. O primeiro é que a Venezuela realize eleições presidenciais livres em 2024, com o acompanhamento de missões de observadores internacionais. O segundo é a suspensão das sanções impostas à Venezuela caso o país organize eleições livres e justas.

A Venezuela tem eleições presidenciais programadas para o próximo ano, mas enfrenta desentendimentos entre o governo e a oposição. A oposição alega que as condições para as eleições são antidemocráticas e que alguns de seus principais candidatos foram impedidos pelo governo de ocupar cargos públicos. Embora a União Europeia tenha enviado observadores para as eleições regionais em 2021 e reconhecido melhorias nas condições, o governo venezuelano anunciou recentemente que não permitirá observadores europeus na eleição presidencial de 2024.

Enquanto isso, a oposição está organizando suas próprias prévias para chegar unificada às eleições. Quatorze pré-candidatos se inscreveram, incluindo três que já estão proibidos de ocupar cargos públicos. As prévias estão programadas para o dia 22 de outubro. O presidente francês, Emmanuel Macron, enfatizou que a questão da Venezuela foi o tema mais importante discutido na cúpula.

Segundo o jornal O Globo, Macron considerou a presença de Lula um elemento novo e determinante, pois o Brasil é visto como a principal potência demográfica e econômica da América Latina e pode influenciar a resolução da crise venezuelana. Durante a reunião, foi estabelecido que ambas as partes devem chegar a um acordo para realizar eleições no próximo ano na Venezuela com condições livres, justas, abertas e iguais.