O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) revelou movimentações “atípicas” e “incompatíveis” nas contas do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O militar está preso e sendo investigado pela Polícia Federal por supostas fraudes no cartão de vacina e por envolvimento em conversas de teor golpista. O Coaf destacou que encontrou indícios de movimentações de recursos incompatíveis com sua remuneração mensal, além de transferências suspeitas.
Mauro Cid movimentou R$ 3,2 milhões em seis meses, entre julho de 2022 e janeiro de 2023. O Coaf identificou operações que chamaram a atenção, incluindo o envio de remessas aos Estados Unidos no valor de R$ 367.374 em janeiro de 2023, período em que Cid e Bolsonaro estavam no país. O relatório menciona a possibilidade de constituir indícios de crime de lavagem de dinheiro.
O Coaf também ressaltou a relação de Cid com quatro pessoas, incluindo o sargento Luis Marcos dos Reis, que era subordinado de Cid na Presidência e também está sendo investigado. A PF apura um suposto esquema de pagamento de despesas pessoais de Bolsonaro e sua esposa com recursos públicos, e uma linha de investigação busca determinar se Cid coordenava essa operação.
Mauro Cid está preso preventivamente desde maio, após a PF investigar supostas fraudes no cartão de vacinação de Bolsonaro. Mensagens encontradas em seu celular indicam a existência de um plano golpista no círculo do ex-presidente. Além disso, o Coaf encontrou operações financeiras suspeitas, levantando a possibilidade de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. O inquérito indica que Bolsonaro e Cid tinham conhecimento da inserção fraudulenta de dados de vacinação para beneficiar o ex-presidente.
Tags:Coaf, Jair Bolsonaro, Mauro Cid Last modified: 28 de julho de 2023
