O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve uma movimentação financeira substancialmente maior do que se sabia anteriormente, revelou o jornal O Estado de São Paulo. Ao longo de três anos, Cid movimentou cerca de R$ 8,4 milhões, com R$ 4,5 milhões depositados e R$ 3,8 milhões retirados entre 2020 e 2022. Esses valores excedem significativamente sua remuneração anual como servidor público federal, que totalizava em média R$ 318 mil. Além disso, ele gerenciou R$ 2,3 milhões como procurador das contas do ex-presidente Bolsonaro, com registros de entradas e saídas substanciais.
A movimentação financeira atípica levanta questionamentos sobre a origem e a finalidade desses fundos, especialmente considerando os valores declarados de rendimentos do tenente-coronel. Registros revelam que ele gastou cerca de R$ 200 mil em um cartão de crédito internacional e recebeu R$ 1,2 milhão em suas contas nos meses que antecederam as eleições presidenciais de 2022.
A situação de Cid contribui para o desgaste da imagem de Bolsonaro e do Exército, já que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) e a Polícia Federal (PF) investigam possíveis repasses de dinheiro feitos por Cid e seu pai para Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
A operação Lucas 12:2 revelou indícios de saques em dinheiro e possíveis entregas de valores para o ex-presidente e Michelle, levantando suspeitas de que parte desses recursos possa ter origem na venda ilegal de presentes do acervo presidencial, incluindo joias e relógios dados pela ditadura da Arábia Saudita. Cid também foi preso por outra investigação, que apura se militares da ajudância de ordens auxiliaram Bolsonaro a falsificar sua carteira de vacinação contra o coronavírus.
Tags:Jair Bolsonaro, Mauro Cid Last modified: 16 de agosto de 2023