Militar cumpre ‘ordem ilegal’, diz novo advogado de Mauro Cid, investigado no caso das joias

O advogado criminalista Cezar Roberto Bittencourt, que assumiu a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, alega que Cid é um “grande injustiçado” na investigação da Polícia Federal sobre um esquema de venda ilegal de joias recebidas pela Presidência. Bittencourt enfatiza que ajudantes militares como Cid seguem “ordens ilegais e injustas” de seus superiores devido à obediência hierárquica, mas ressalta que não devem cumprir ordens criminosas. Ele também argumenta que a prisão de Cid no Batalhão de Polícia do Exército Brasileiro é injusta e que avaliará se o militar tinha consciência da ilegalidade ao revender as joias.

A defesa afirma que Cid é injustamente citado pela PF como um dos responsáveis pelo esquema ilegal de venda de joias. Conversas reveladas pelos investigadores mostram que o ex-ajudante de ordens tinha dúvidas sobre a legalidade da venda dos itens recebidos por Bolsonaro. As joias destinadas ao acervo da União foram supostamente omitidas dos órgãos públicos, incorporadas ao estoque pessoal de Bolsonaro e negociadas para enriquecimento ilícito.

O advogado Cezar Roberto Bittencourt tem experiência em casos de grande visibilidade, tendo anteriormente defendido o então deputado federal Rodrigo Rocha Loures, acusado de intermediar repasses ilegais. Bittencourt é crítico da delação premiada e alega que a obediência hierárquica dos militares pode afastar a culpabilidade de Cid, desde que não envolva ordens criminosas. A troca de advogados ocorreu após o ex-ajudante de ordens entrar no foco da investigação da PF sobre o esquema de venda de joias.