Mais um acidente trágico envolvendo sertanejos deixa seis vítimas fatais, entre elas Aleksandro, uma das vozes da dupla Conrado & Aleksandro; saiba mais
Entenda a polêmica
O que causou o acidente da dupla Conrado & Aleksandro?
Na manhã do último sábado (7), por volta das 10h30, a dupla Conrado & Aleksandro e sua equipe se envolveram em um acidente próximo à cidade de Miracatu, no interior de São Paulo.
O ônibus do duo tombou no km 402 da BR-116, trecho da Rodovia Régis Bittencourt. “Segundo a apuração inicial, o veículo, que viajava com destino a São Pedro, SP, seguia pela pista norte quando atravessou a via e tombou, parando na faixa da esquerda da pista de sentido sul”, informou a concessionária Arteris Régis Bittencourt em nota.
Aleksandro e outras cinco pessoas morreram no local, sendo elas os músicos Wisley Aliston Roberto Novais, Marzio Allan Anibal e Roger Aleixo Calcagnoto; o roadie/técnico Giovani Gabriel Lopes dos Santos; e o técnico de luz Gabriel Fukuda. O acidente deixou ainda 11 feridos, incluindo o cantor Conrado. Eles seguem internados.
O estado de Conrado
João Vitor Moreira Sales, conhecido como Conrado, encontra-se em estado grave na UTI do Hospital Regional de Registro, na cidade de Registro, no interior de São Paulo.
“O paciente foi submetido à cirurgia para controle de sangramento e correção cirúrgica de fratura de bacia”, informou boletim médico postado no Instagram da dupla sertaneja.
No mesmo comunicado, foi informado que Júlio César Bugoli Lopes, um dos músicos da banda, “foi submetido a tratamento cirúrgico de fraturas no crânio/trauma encefálico e a tratamento cirúrgico de fratura de membros inferiores”. Ele também está internado na UTI em estado grave.
Maiores informações sobre as outras vítimas não foram divulgadas.
A vida e carreira de Aleksandro
Luiz Aleksandro Talhari Correia tinha 34 anos, era casado e pai de dois filhos. Ele fazia parte da dupla Conrado e Aleksandro há quase 20 anos, tendo ela sido formada em Dourados, no Mato Grosso do Sul, em 2003.
A princípio, o duo era formado por Aleksandro e Conrado Bardi Bueno, que acabou seguindo carreira solo em 2019. João Vitor Soares assumiu a posição, mas a dupla continuou com o mesmo nome.
Aleksandro tinha oito álbuns lançados, sendo que o último, o “Ao Vivo em Londrina”, saiu em 2020, durante a pandemia de coronavírus. A música mais recente da dupla é Efeito Borboleta, quem tem mais de 1,5 milhão de visualizações no YouTube.
Em sua última postagem no Instagram, o cantor celebrou o sucesso do DVD lançado: “Esse vídeo diz muito sobre meu coração. Tudo o que eu faço já imagino dando certo e entrando no coração das pessoas. Essa forma de ver o mundo me fez um cara ‘indesistível’, mesmo não vendo saída, mas acreditando com fé”, escreveu.
Aleksandro morava com a família em Campo Grande (MS), onde tinha uma fazenda, e fazia um ano que havia vencido a Covid-19. “Em maio do ano passado lutou e se salvou, mas não escapou do mês de maio deste ano”, lamentou um fã nas redes sociais do cantor.
A possível causa do acidente
A Polícia Federal acredita que o motorista tenha perdido o controle do veículo após um pneu ter estourado. Contudo, o major Palumbo do Corpo de Bombeiro disse que apenas a perícia poderá dizer o que realmente aconteceu, “porque não há marcas de pneu no asfalto”, relata.
Um homem chegou a filmar o ônibus da dupla pouco antes do acidente, por volta das 9h47. O motorista, que faz o trajeto de Jacupiranga para Registro praticamente todos os dias, disse em entrevista ao g1 que tem o hábito de filmar os veículos que passam em alta velocidade.
Segundo a testemunha, que preferiu não ser identificada, o ônibus estava a mais de 140 km/h. “Não filmei com intenção de prejudicar ninguém. Tenho o hábito de filmar essas coisas. Publiquei [o conteúdo] em um grupo de WhatsApp. Quando vi a repercussão, tentei apagá-lo, mas não tinha mais controle”, explicou o motorista após começar a receber mensagens de ódio nas redes sociais.
Como a velocidade máxima permitida para veículos de porte grande na Régis é de 80 km/h, a perícia deve levar em conta essa informação. Contudo, a polícia reforça que acredita que a causa do acidente tenha sido um pneu furado – além de ter dado uma dura no motorista que gravou o vídeo: “Cumpre-nos esclarecer que o uso do celular na direção representa conduta proibida pelo CTB, cuja lesividade na causa de acidentes supera o próprio excesso de velocidade. Sendo assim, o condutor que gravou o vídeo causou mais risco ao trânsito do que o motorista que imprimiu velocidade excessiva”, foi dito.
O caso segue sendo investigado.
Last modified: 3 de março de 2023