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19 de maio de 2022
O ciclone subtropical Yakecan fez nevar em seis cidades de SC, trouxe uma onda de frio intenso e ventos de até 120 km/h. As coisas estão fora do normal?
Entenda a polêmica
Mudanças climáticas explicam ciclone e neve no Brasil?
A madrugada desta quarta-feira (18) foi a mais fria do ano em São Paulo, com termômetros registrando 5ºC em algumas regiões metropolitanas, de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas.
Parelheiros foi o bairro mais gelado. Contudo, na região do Aeroporto de Congonhas, a sensação térmica chegou a -4ªC durante a madrugada.
O frio que invadiu o Sudeste do Brasil foi ainda mais intenso na região Sul. Em Santa Catarina, até a tarde de quarta, havia nevado em seis cidades: São Joaquim, Urubici, Urupema, Lages, Rio Rufino e Bom Jardim da Serra.
Além do clima, os catarinenses sofreram com os fortes ventos, que destruíram muitas casas, e deixaram desabrigados e mortos. “Vai haver uma melhora do tempo, mas ainda há muita movimentação de umidade no mar. Então persiste, o ciclone não se dissipou, só está perdendo força”, explicou Rosinei da Silveiras, coordenador regional da Defesa Civil, ao site Engeplus.
Tudo isso por causa de um ciclone?!
Sim, o ciclone Yakecan está atuando na costa entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e causando essa onda de frio intenso e fortes ventanias nas regiões Sul e Sudeste.
Nome indígena para “o som do céu”, Yakecan é um ciclone extratropical que se transformou em subtropical no meio do caminho.
Ciclones subtropicais são de nível intermediário, estando entre o tropical e o extratropical na classificação meteorológica. Justamente por isso, possuem características de ambos os fenômenos.
Para se formar, ciclones subtropicais precisam de três coisas, conforme relata o Climatempo: “Alta temperatura da superfície do mar, muita umidade próximo da superfície, e um ciclone frio ocorrendo também nos médios níveis da atmosfera (em cerca de 5 km de altura)”.
Apesar do frio que estamos sentindo, ciclones subtropicais nem sempre têm uma frente fria associada, como acontece com os extratropicais. Com ventos que chegaram a 120 km/h, especialistas explicam que o fenômeno está perdendo força mais rapidamente do que era esperado. Com isso, as ventanias devem diminuir, assim como as baixas temperaturas.
A culpa é do aquecimento global?
Também. Francisco Eliseu Aquino, climatologista da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), explicou para o site Observatório do Clima que essa massa de ar frio que avançou sobre a América do Sul é resultado de um desequilíbrio no sistema de circulação geral do planeta, em especial na região Sul do Brasil e na Península Antártica. “Este ano, até agora, está se posicionando como o quarto ano mais quente deste século. O aquecimento do planeta perturba as correntes atmosféricas, o que leva a uma tendência de intensificar alguns eventos, sejam eles ondas extremas de calor ou de frio”, alertou.
O Inverno que chegou antes também pode ser explicado levando em conta as mudanças climáticas. Afinal, a temperatura da Terra encontra-se 1,1ºC mais quente. Consequentemente, os Invernos se tornam mais amenos. Em contrapartida, os fenômenos naturais ficam mais frequentes e intensos, ou seja, mais evidentes: “O que está ocorrendo agora se enquadra perfeitamente em um cenário de um mundo mais quente“, disse.
Last modified: 3 de março de 2023
