O que foi a Rebelião (ou Revolta) de Stonewall?

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28 de junho de 2022

Neste Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, saiba o que foi a Revolta de Stonewall, que deu origem à data e às Paradas do Orgulho por todo o mundo

Dia do Orgulho LGBTQIA+

O que foi a Rebelião (ou Revolta) de Stonewall? 

Celebrado todo 28 de junho, o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é uma data que promove a reflexão e tem um papel importante na luta contra a invisibilidade das pessoas que fazem parte da comunidade, especialmente aquelas que já são marginalizadas de alguma maneira pela sociedade, por causas de seus corpos e de suas etnias. 

Para entender o marco no calendário, é preciso voltar no tempo 53 anos, mais precisamente para o dia 28 de junho de 1969 – e como conhecimento é um dos principais antídotos contra o preconceito e a intolerância, nada melhor do que um pouco de História para começar o dia!

Naquela época, os Estados Unidos ainda eram um país difícil para as pessoas que não se encaixavam dentro do padrão da heteronormatividade, ou seja, que eram homossexuais. Afinal, até seis anos antes, em todos os estados, a homossexualidade era considerada um crime. O primeiro estado a mudar isso foi Illinois, que, em 1962, alterou seu Código Penal e descriminalizou qualquer prática homossexual. 

Contudo, o ambiente era de contínua tensão. Para se ter uma ideia, em Nova York, só existia um estabelecimento que aceitava abertamente pessoas LGBT+. Chamado Stonewall Inn, o bar ficava no pomposo bairro do Greenwich Village e era um local bastante querido pelos membros da comunidade, que se sentiam seguros lá dentro.

Vale lembrar que, na época, o guarda-chuva LGBTQIA+ não era assim tão rico – e esta sigla que hoje conhecemos ainda nem existia. Falava-se mais em gays, lésbicas e drag queens.

Acontece que, no fatídico dia 28 de junho de 1969, a polícia de Nova York decidiu invadir o bar, alegando que o local não possuía licença para vender bebidas alcoólicas, que não respeitava as exigências sanitárias e que não tinha saídas de emergência.

De fato, o Stonewall Inn tinha lá suas problemáticas com relação ao alvará e funcionava mais por causa de um acordo que os proprietários tinham com a máfia italiana, que protegia o estabelecimento. É preciso ressaltar também que, nos anos 60, estabelecimentos “gays” eram proibidos de comercializar álcool.

Apesar disso, o que se viu foi uma atuação muito violenta da polícia para com os frequentadores LGBT+ do bar. Ou seja, ao que tudo indica, a operação não visava zelar pela segurança dos frequentadores do estabelecimento… Muito pelo contrário! Mais parecia que ela era motivada por questões de LGBTfobia. Inclusive, na ocasião, cerca de 13 pessoas foram detidas por vestir roupas “inapropriadas para o seu gênero”.

O que os policiais não esperavam, contudo, é que os frequentadores da casa se unissem para proteger uns aos outros. As saídas do bar foram bloqueadas e as autoridades permaneceram presas por cerca de 45 minutos dentro do Stonewall Inn, ouvindo gritos de “poder gay” e “orgulho gay”.

Nas semanas seguintes, protestos foram organizados contra a violência policial praticada contra a comunidade LGBTQIA+, que culminaram na criação da 1ª Parada do Orgulho, em 1970. Em muitas dessas manifestações, a violência estava presente, tanto da parte dos policiais quanto da dos civis, uma vez que a comunidade havia chegado ao limite e estava cansada de sofrer calada. “Stonewall é um ponto de virada a partir de um esgotamento”, explica Renan Sukevicius, do blog Todas as Letras, da Folha de S. Paulo.

O episódio no bar em Greenwich Village ficou conhecido como Rebelião (ou Revolta) de Stonewall e ele foi tão representativo que deu origem ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, celebrado nesta terça-feira (28).

Ah! E uma curiosidade: o bar Stonewall Inn continua existindo em Nova York, viu? Ele fica na Rua Christopher, número 53.